Sobre a publicitação ou não dos termos do acordo SC Braga/NOS pode haver muitas opiniões. Todas são aceitáveis, e respeitáveis, mas a minha é a de que o Clube não deve publicitar mais do que aquilo que é necessário, e legalmente obrigatório, sobre os contratos. Deverá, obviamente, fazê-lo em sede própria aos sócios e aos accionistas. E tem que o fazer. Não me preocupam muito as notícias vindas na imprensa. Nem sobre nós nem sobre os outros clubes.
Fui, e sou, totalmente contra este modelo. Defendo que os direitos deveriam ser centralizados, mas a força do “arco do poder” do futebol português conseguiu vencer mais uma vez e vai continuar a reproduzir, agravando, as desigualdades entre os clubes. O SISTEMA continua no seu melhor.
Espero que seja encontrada uma solução para a II Liga.
Tendo em atenção o que foi veiculado, até no próprio comunicado da NOS, e de acordo com as notícias também transmitidas pela imprensa, o acordo estabelecido por aquela empresa com os Clubes inclui Sp. Braga, Académica, Belenenses, Nacional, Arouca, Paços de Ferreira, Marítimo e Vitória de Setúbal sendo que, não sei se exactamente assim, “os contrato são para sete temporadas, a começar na temporada de 2019/20, com excepção do Sporting Clube de Braga que tem um compromisso mais alargado para dez temporadas”.
Se, de facto, o valor acordado é de 100 milhões de euros, são 100 milhões para 10 temporadas.
Li, isso sim, conforme refere Lipeste, que teria sido renegociado um valor para as épocas que ainda não estariam contempladas no acordo.
É bom? É mau? Ultrapassa-me. Confesso que também não tenho ainda uma opinião bem formada porque aguardo, se é que ainda vem, um patrocinador para as camisolas e a confirmação dos valores em jogo.
Genericamente, sobre este assunto, importa dizer, na sequência do que já foi afirmado por outros foristas, que estes acordos com Benfica, Sporting e Porto são uma tentativa para salvar estes Clubes, apertados que estão pelo estrangulamento dos canais de financiamento. É também a tábua de salvação de toda a indústria que se move à volta do futebol, designadamente a imprensa – jornais, televisão, rádios – e da clientela que vive do acessório e do folclore da festa. Aliás, é bom de ver que, enquanto se despedem jornalistas da outra imprensa, extinguindo-se jornais, os papagaios da CS social ligados ao futebol têm garantido o seu poleiro tri-falante.
Transcrevo do Jornal de Negócios de 30. 12 de 2015 parte do artigo titulado “Pacotes de TV facilitam negociação com os bancos”, que tem em subtítulo “ Os acordos milionários que os clubes vão assinar com a MEO e com a NOS são bem vistos pela banca. Vão permitir facilitar a antecipação de receitas e aliviar o passivo do Benfica, do F. C. Porto e do Sporting”:
“………Os contratos milionário com a MEO e com a NOS vão facilitar a negociação com a banca de modo a melhorar a frágil situação financeira dos clubes portugueses.
A entrada destas futuras quantias milionárias nas contas dos clubes vai trazer vantagens nos contratos de “factoring”, cedência de crédito a curto prazo, permitindo assim antecipar receitas e, no limite, baixar os custos da dívida, explicaram ao Negócios fontes do sector financeiro”.
Salienta ainda o jornal que o Sporting e o Porto tinham em Junho de 2015, respectivamente, em linhas de “factoring”, 21 milhões e 29 milhões de euros. Naquela data o Benfica não titulava factoring.
De notar, saliento também de outra notícia retirada da NET que “…A situação financeira do Novo Banco continua a causar preocupação e as contas complicam-se agora, por causa de uma dívida do Sporting, da ordem dos 27 milhões de euros, cujo pagamento o clube pretende adiar.
Em causa estão títulos de dívida convertíveis em acções, dos quais 27 milhões de euros vencem no próximo dia 17 de Janeiro.
No entanto, o clube de Alvalade pretende prolongar por dez anos o prazo do financiamento, revela o jornal Sol na sua edição deste sábado.
Esta situação está a preocupar os responsáveis do Novo Banco, que não terão ainda aprovado a reestruturação solicitada pelo Sporting, descreve o semanário.
Perante a difícil situação financeira da instituição, os seus administradores têm sido pressionados pelo Banco de Portugal a “desinvestir em áreas não prioritárias” como é considerado o futebol, atesta o Sol”...
As notícias sobre o Sporting estavam mais à mão e dão para perceber o que faz mover estes valores tão elevados.
Para bom entendedor…
Espero que tenhamos feito um bom negócio.