Bom resultado, ainda que teria sido mais agradável não ter sofrido qualquer golo. A qualidade de jogo não foi boa, em particular na primeira meia-hora. Depois do golo, sim, pareceu sempre que o jogo, com maior ou menor dificuldade cairia para o nosso lado, até pela debilidade da nossa oposição.
No entanto, alguns aspectos não deixam de ser preocupantes:
- continua a haver alguma fragilidade nas bolas paradas defensivas, aspecto em que na época passada éramos praticamente inexpugnáveis;
- há um espaço muito grande entre a nossa linha defensiva e o meio-campo; Vandinho não "fica", antes sobe na pressão, em paralelo com quem o acompanha (ontem, Aguiar) e a linha defensiva não o acompanha, abrindo um espaço enorme entre linhas. Ontem, não houve consequências graves porque a Naval foi uma equipa sem grande dinâmica, sem velocidade nas transições e muito macia. Com equipas de outra dimensão, certamente teremos dissabores jogando de forma tão pouco compacta.
Acresce a este último aspecto que a exigência física sobre Vandinho é excessiva. Vandinho já não é o papa-léguas de aquando aqui chegou. Mais tarde ou mais cedo estourará, a continuar no actual papel. Em minha opinião, seria preferível atribuir-lhe um papel mais posicional, não o obrigando a correr tanto nem atrás dos adversários nem com a bola no pé. Quem joga a seu lado (Salino?), sim, deve ter esse papel de ligação defesa-ataque...
Individualmente, merecem o meu destaque:
- Paulão: é verdade que o ataque da Naval foi pouco acutilante - e sobretudo, estranhamente pouco veloz - mas o brasileiro actuou com serenidade e esteve sempre à altura das exigências. Foi uma exibição importante para ele próprio, companheiros e adeptos ganharem confiança nas suas qualidades, agora que Rodriguez apresenta uma condição física periclitante.
- Luís Aguiar: tem subido de forma de jogo para jogo. Desta feita, coube-lhe actuar ao lado de Vandinho e fê-lo sempre a elevado ritmo. No primeiro tempo, aliás, foi ele quem "pegou" no jogo mais atrás, inclusive em posições mais recuadas do que Vandinho. Os seus pontapés foram sempre grande ameaça - de um deles, resulta o primeiro golo. Não concordo contudo que Aguiar não seja um jogador útil em posições mais adiantadas - é-o e o jogo de Paços de Ferreira provou-o. Não é um driblador como Mossoró, precisa de mais espaço, mas a sua qualidade técnica e capacidade de remate podem fazer a diferença (vide golo em Paços de Ferreira). Está com grande disponibilidade física, trabalha muito mesmo em termos defensivos. Está finalmente de regresso!
- Mossoró: para quem não começava um jogo à tanto tempo, foi uma boa exibição, coroada com um golo oportuno. Contudo, não terá sido um teste definitivo: a Naval foi uma equipa que concedeu espaços, foi macia (aparte uma ou duas entradas mais duras precisamente sobre Mossoró) e... ainda assim, notou-se algum receio do brasileiro em lances mais divididos. Não sei se estará pronto para iniciar jogos à partida mais exigentes, mas parece-me que é já alternativa muito válida para lançar no decorrer de um jogo.
- Salino e Paulo César: entraram muito bem na partida, provando que em boas condições físicas, são jogadores titulares. Creio que ambos jogarão na próxima terça-feira.
Uma nota final para o Elderson. Já disse que o acho um bom jogador, evoluído tacticamente. Tem algumas lacunas na forma como aborda os duelos individuais, mas tendo em atenção que fez praticamente toda a sua formação como avançado e que é ainda muito novo, essa questão pode ser trabalhada. Creio contudo que se notou muita falta de confiança. O constante passe lateralizado e para trás denuncia-o. E já vimos no início da época que ele sabe fazer melhor. Disse-o na altura, a substituição no Dragão poderia fazer mossa na auto-confiança do jogador. Domingos mostrou aí com clareza e de forma pública que não tem plena confiança no jogador - não é por acaso que nenhum treinador substitui um defesa, a menos que por razões tácticas (arriscar um pouco mais, por norma) ou por lesão. Há que trabalhar a cabeça de Elderson porque senão teremos mesmo um problema sério...
NOTA: Felipe é fabuloso entre os postes mas tem de aprender a sair dos postes. Qualquer dia marcam-lhe um golo de cabeça na linha de baliza...
No entanto, alguns aspectos não deixam de ser preocupantes:
- continua a haver alguma fragilidade nas bolas paradas defensivas, aspecto em que na época passada éramos praticamente inexpugnáveis;
- há um espaço muito grande entre a nossa linha defensiva e o meio-campo; Vandinho não "fica", antes sobe na pressão, em paralelo com quem o acompanha (ontem, Aguiar) e a linha defensiva não o acompanha, abrindo um espaço enorme entre linhas. Ontem, não houve consequências graves porque a Naval foi uma equipa sem grande dinâmica, sem velocidade nas transições e muito macia. Com equipas de outra dimensão, certamente teremos dissabores jogando de forma tão pouco compacta.
Acresce a este último aspecto que a exigência física sobre Vandinho é excessiva. Vandinho já não é o papa-léguas de aquando aqui chegou. Mais tarde ou mais cedo estourará, a continuar no actual papel. Em minha opinião, seria preferível atribuir-lhe um papel mais posicional, não o obrigando a correr tanto nem atrás dos adversários nem com a bola no pé. Quem joga a seu lado (Salino?), sim, deve ter esse papel de ligação defesa-ataque...
Individualmente, merecem o meu destaque:
- Paulão: é verdade que o ataque da Naval foi pouco acutilante - e sobretudo, estranhamente pouco veloz - mas o brasileiro actuou com serenidade e esteve sempre à altura das exigências. Foi uma exibição importante para ele próprio, companheiros e adeptos ganharem confiança nas suas qualidades, agora que Rodriguez apresenta uma condição física periclitante.
- Luís Aguiar: tem subido de forma de jogo para jogo. Desta feita, coube-lhe actuar ao lado de Vandinho e fê-lo sempre a elevado ritmo. No primeiro tempo, aliás, foi ele quem "pegou" no jogo mais atrás, inclusive em posições mais recuadas do que Vandinho. Os seus pontapés foram sempre grande ameaça - de um deles, resulta o primeiro golo. Não concordo contudo que Aguiar não seja um jogador útil em posições mais adiantadas - é-o e o jogo de Paços de Ferreira provou-o. Não é um driblador como Mossoró, precisa de mais espaço, mas a sua qualidade técnica e capacidade de remate podem fazer a diferença (vide golo em Paços de Ferreira). Está com grande disponibilidade física, trabalha muito mesmo em termos defensivos. Está finalmente de regresso!
- Mossoró: para quem não começava um jogo à tanto tempo, foi uma boa exibição, coroada com um golo oportuno. Contudo, não terá sido um teste definitivo: a Naval foi uma equipa que concedeu espaços, foi macia (aparte uma ou duas entradas mais duras precisamente sobre Mossoró) e... ainda assim, notou-se algum receio do brasileiro em lances mais divididos. Não sei se estará pronto para iniciar jogos à partida mais exigentes, mas parece-me que é já alternativa muito válida para lançar no decorrer de um jogo.
- Salino e Paulo César: entraram muito bem na partida, provando que em boas condições físicas, são jogadores titulares. Creio que ambos jogarão na próxima terça-feira.
Uma nota final para o Elderson. Já disse que o acho um bom jogador, evoluído tacticamente. Tem algumas lacunas na forma como aborda os duelos individuais, mas tendo em atenção que fez praticamente toda a sua formação como avançado e que é ainda muito novo, essa questão pode ser trabalhada. Creio contudo que se notou muita falta de confiança. O constante passe lateralizado e para trás denuncia-o. E já vimos no início da época que ele sabe fazer melhor. Disse-o na altura, a substituição no Dragão poderia fazer mossa na auto-confiança do jogador. Domingos mostrou aí com clareza e de forma pública que não tem plena confiança no jogador - não é por acaso que nenhum treinador substitui um defesa, a menos que por razões tácticas (arriscar um pouco mais, por norma) ou por lesão. Há que trabalhar a cabeça de Elderson porque senão teremos mesmo um problema sério...
NOTA: Felipe é fabuloso entre os postes mas tem de aprender a sair dos postes. Qualquer dia marcam-lhe um golo de cabeça na linha de baliza...