Sp. Braga: Soltem o vosso génio


É já um dia histórico na capital minhota, com a presença inédita na prova rainha das competições no velho continente. É uma prova para duros, desenhada para heróis, para génios. Este é o território dos homens, mas também o palco dos deuses e os guerreiros do Minho, envolvidos pelo palco das paixões, precisam de soltar o génio e provar que são da nova vaga europeia.

Há nomes fortes no conjunto escocês e dizer o contrário é mentir. Há um passado de requinte, autêntico legado para as gerações vindouras que fazem dos católicos um adversário de peso. No seu terreno é letal e os números provam isso, mas a eliminatória começa na pedreira e vai ser preciso partir pedra contra a fibra da formação orientada por Neil Lennon, mas vai ser igualmente obrigatório soltar o génio, oferecer o perfume bracarense.

Ganhar é obrigatório, até porque para o Celtic Park vai ser preciso levar o manual de sobrevivência. Este Braga joga muito esta noite, joga um futuro, uma valorização na passadeira vermelha da Europa, joga no casino dos milhões, com a porta do cofre aberta à espera do recheio.

Tem que apostar forte a nau de Domingos Paciência nesta primeira viagem por águas turvas e difíceis, diante de um adversário experimentado nestas andanças e que apresenta números abrasa-dores. Já conquistou inclusivamente uma liga dos campeões, mas na longínqua década de sessenta, a sua casa é uma fortaleza, contudo essa será uma história para outro filme, já que a fita que entra em exibição está noite é na cidade de Braga.

Não é possível encontrar um barómetro capaz de medir a motivação dos guerreiros, em dia de baptismo na liga dos campeões. Fazer história no clube, entrar para as páginas douradas da região como primeira equipa do Minho, primeira formação fora dos círculos restritos de Lisboa e Porto, a pisar a fase de grupos da Champions, são apenas pedaços daquilo que vai na alma dos bracarenses, do sangue que lhes corre nas veias.

Domingos Paciência tem trabalhado um 4x4x2 clássico, puzzle de perfeito encaixe na versão escocesa, mas hoje deve apostar no factor surpresa para dar um nó em Neil Lennon, colocando apenas uma unidade no eixo central do ataque e assumir as rédeas do meio-campo, onde pode estar o factor desequilibrador do desafio, com os vapores de Vandinho a terem ao lado o equilíbrio de Madrid e a profundidade de Salino. Depois é só soltar o génio...

Domingos Paciência: “Vontade, acreditar e querer”

Foi num discurso personalizado e que levou inclusivamente Domingos Paciência a colocar algumas questões aos jornalistas escoceses, numa clara maneira de esconder o jogo, de fechar as emoções. De forma lúcida, mas com peso nas palavras, o técnico dos arsenalistas destaca que a fórmula para chegar ao triunfo esta noite passa pela “vontade, atitude e crença”. Já foi assim quando se abriu a porta da liga dos campeões e é com a mesma receita que os minhotos pretende continuar na competição. “Queremos agarrar esta oportunidade”, acrescenta.

O timoneiro admitiu que o Celtic era a equipa que “torcia para não sair” e que, por oposição “dos cabeças de série o Braga era a equipa que o Celtic desejava. Mas isso é no papel, é na teoria, porque “dentro de campo é que vamos ver”.

Domingos Paciência afasta qualquer tipo de cenário negativo e nem pretende ouvir falar da segunda mão, que se realiza na fortaleza do Celtic Park. “Ganhar é um bom resultado e temos que pensar positivo e estarmos mentalizados para isso. O Celtic é forte, tem jogadores de qualidade, de selecção nacional, tem ambições superiores, acima do Braga, se fizermos uma análise ao prestígio, mas a liga dos campeões é para nós uma motivação. É importante ao nível desportivo, mas também ao nível financeiro”, destacou ainda o treinador do Sporting Clube de Braga.

Com uma sala de imprensa lotada, Domingos Paciência voltou a frisar que os aspectos a trabalhar durante este desafio são “a vontade”, “a atitude”, “a crença”, e que é preciso ter esses níveis no máximo para vencer o desafio diante do Celtic de Glasgow.
O aquisição de Luís Aguiar não foi garantida pelos arsenalistas, mas Domingos Paciência não pretendeu falar acerca do uruguaio. “Neste momento não é assunto. O assunto é o jogo com o Celtic e é para isso que estamos todos focados”, salientou.

Reconhece a existência de alguma “ansiedade”, um “facto natural por se tratar da liga dos campeões”. Contudo, mantendo a linha numa onda positiva, o técnico que colocou o Sporting Clube de Braga pela primeira vez na sua história no segundo lugar do campeonato português e na liga dos campeões, voltou a assumir que “uma vez aberta esta porta no passado”, que agora é hora de “aproveitar e agarrar a oportunidade”.



CORREIO DO MINHO

Romenos desejam Keita
RAPID BUCARESTE APRESENTOU PROPOSTA

Keita é um dos 19 convocados para o jogo desta noite, sinal de que Domingos Paciência conta com o senegalês que brilhou no V. Setúbal e mereceu a confiança da SAD arsenalista. Neste momento, o avançado está na fila de espera por uma oportunidade no onze, sendo que estará atrás de Lima, Matheus e Meyong. Ou seja, é o quarto na hierarquia e esse dado pode precipitar a sua saída...

Para já, está com o grupo em plena zona de concentração da noite europeia da Champions, mas ainda é possível que Keita abandone o Minho antes do fecho das inscrições no final de agosto.

A verdade é que o dianteiro é muito pretendido pelo Rapid Bucareste, clube que fez chegar à SAD do Sp. Braga uma proposta para o seu empréstimo. Keita, aliás, já tinha sido alvo dos romenos quando ainda estava no V. Setúbal, mas acabou por preferir assinar pelo Sp. Braga.

Com os dados atuais, António Salvador “jogou” ao ataque e lançou o nome do espanhol José Collado, que como se sabe está com o plantel, mas nem sequer foi inscrito nesta primeira fase da Liga dos Campeões e é para ser emprestado. De Bucareste, saiu a insistência no nome de Keita e em Braga ficaram de dar uma resposta, não pondo de lado a hipótese de empréstimo do senegalês, apesar da natural preferência em encontrar um destino para Collado.

Lucas surpreendido. Com mais de um mês de mercado aberto, de resto, as movimentações junto do plantel do Sp. Braga não vão parar. Não é crível que a ausência dos 23 eleitos para esta eliminatória da Champions tenha já provocado essa vontade em Lucas, brasileiro contratado ao Santos, mas a realidade é que o defesa-direito foi apanhado de surpresa. Lucas soube da notícia ontem quando se deslocava para o treino com o compatriota Mossoró. Naturalmente desiludido, esteve no treino sem demonstrar enfado, participando alegremente no trabalho, isto apesar de passar assim de repente a 3.ª opção.


Neil Lennon: «Respeito suficiente»
QUER VER O CELTIC A ATACAR E A MARCAR

Neil Lennon confessou-se um “treinador bem mais calmo do que quando era jogador”. “Nas vésperas destes jogos estava sempre muito nervoso, como quando foi contra o FC Porto na final da Taça UEFA”, lembrou o antigo médio e ex-adjunto de Gordon Strachan a quem agradeceu “a oportunidade de permitir estar agora nesta condição de treinador do Celtic”.

Lennon abordou o Sp. Braga com as naturais cautelas, mas recordou um objetivo que está estipulado desde que comentou pela primeira vez o sorteio: “Temos o respeito que achamos suficiente pelo Braga, uma equipa que fez um trabalho brilhante na época passada e também quer chegar longe nesta competição. Esse respeito não nos deve impedir de atacar neste jogo e tentar marcar para depois levarmos a decisão para Glasgow. Não vamos ficar só na expectativa de ver o jogo deles.”

O técnico dos católicos reforçou ainda um pormenor: “O Sp. Braga não tem uma superestrela, mas é uma equipa muito interessante.”


RECORD

Um sonho sem raízes

Sem a música dos milhões, só disponível para quem chegar pelo menos ao play-off, o sonho do Braga jogar a Liga dos Campeões passa hoje a realidade. Se no final vira pesadelo, só daqui por uma semana, em Glasgow, saberemos. Uma coisa é certa, a responsabilidade está praticamente toda do lado escocês. Em matéria europeia, o Celtic tem um historial amplamente superior ao Braga. Foi campeão da Europa em 1967, contra o Inter de Mazzola (jogo disputado no Estádio do Jamor) e desde 1962 que só falhou seis épocas de competições organizadas pela UEFA. Metade do total em que participou o Braga, que só no passado recente galgou terreno para se afirmar definitivamente fora do plano nacional: nas últimas seis épocas apurou-se sempre, embora na última não tenha passado da pré-eliminatória da Liga Europa.

Em traços gerais, e com números gordos, podemos dizer que o número de jogos feitos pelos escoceses é superior quatro vezes ao disputado pelos portugueses: 255 contra apenas 60. Os êxitos também são incomparáveis: o Braga conquistou a Taça Intertoto por ter jogado os 16-avos-de-final da Taça UEFA em 2008/09. O Celtic não só já foi campeão da Europa como dois anos depois esteve novamente numa final. Na Taça UEFA, perdeu a final de 2003 contra o FC Porto, ainda Neil Lennon, hoje treinador, era peça-chave no meio-campo. Na extinta Taça das Taças, há duas meias-finais a sustentar o poderio desta equipa.

Recentemente, as "performances" destas equipas que hoje se estreiam em confronto são muito semelhantes. Mas em matéria de experiência internacional dos jogadores que se integram nos respectivos plantéis, o Braga também carece de raízes para sustentar este sonho. Só quatro jogadores (Miguel Garcia, Moisés, Madrid e Alan) já disputaram a Liga dos Campeões, ainda que Hélder Barbosa já tenha sido suplente não utilizado. Do quarteto, Madrid fez apenas 15 minutos e Alan, que com seis jogos lidera o pelotão, foi quase sempre suplente. Do lado católico, já 12 jogadores participaram na prova mais importante do Mundo ao nível de clubes. E McGeady, uma das vedetas da equipa, soma 28 jogos, quase o dobro do total bracarense: 15. Se a esses somarmos mais 33 feitos noutras competições europeias, atingimos as 61 partidas, que, como o leitor já reparou, é mais do que o total histórico de jogos nas competições europeias do clube português. Sintomático.

Se somarmos os jogos feitos por todos os jogadores na Champions, então o Celtic arrasa: 117 contra 15. Se alargarmos para a Taça UEFA, a diferença esbate-se: 217 contra 177. E se grande parte dos escoceses já jogou contra equipas portuguesas (Benfica), só Alan e Vandinho se bateram contra uma escocesa: Rangers, no caso do primeiro; Hearts, no caso do segundo.

Escoceses são um desastre fora, só venceram um jogo em... 21 possíveis

Se há um fantasma com o qual o Celtic não consegue lidar na Liga dos Campeões é o dos jogos fora de casa. Não se sabe se será do ambiente ou da diferença de temperaturas, a verdade é que os católicos só venceram um jogo em 21 possíveis nos últimos sete anos. Foi em 2009/10, quando, depois de terem perdido em casa com o Dínamo de Moscovo - uma raridade -, foram à capital russa vencer por 0-2. No entanto, nem todas as curiosidades à volta do jogo sorriem ao Braga. É que na única vez que os arsenalistas defrontaram uma equipa escocesa (Hearts) nas provas europeias, foram afastados. E na única vez que disputaram uma pré-eliminatória, na última época, também acabaram por cair mais cedo.

Braga na Europa

Épocas: 12

Os últimos seis anos foram tão proveitosos na Europa como os 83 anteriores da história do clube. Além disso, valeram a única conquista: a Taça Intertoto.

Jogadores: 13

Apenas quatro jogaram a Champions, mas metade do plantel já participou pelo menos numa prova da UEFA. Vandinho lidera com 30 jogos; Alan conta 29.

Jogos: 60

Fazer 60 jogos em 12 participações dá uma média de cinco por época. 48 destas partidas foram feitas entre a Taça UEFA e Liga Europa, 36 delas na era de António Salvador.

Celtic na Europa

Épocas: 41

Nas últimas 47 épocas, o Celtic falhou seis vezes o apuramento para as provas da UEFA. Das 41 presenças, 16 foram na Champions e 15 na Taça UEFA.

Jogadores: 16

O Celtic tem 16 jogadores com andamento europeu. A diferença para o Braga é que quase todos (12) já ouviram a música da Champions.

Jogos: 255

Crónico candidato ao título escocês, não admira que o Celtic já tenha jogado 136 vezes para a Champions, mais do que a soma das outras competições.

Braga-Celtic

20 horas Sport TV 1

Estádio AXA

Árbitro: Serge Gumienny [Bélgica]

-
Braga

Treinador Domingos Paciência

24 Mário Felgueiras GR

15 Miguel Garcia LD

5 Moisés DC

2 Rodriguez DC

20 Elderson LE

88 Vandinho MD

23 Madrid MD

25 Leandro Salino MO

30 Alan AD

18 Lima AV

9 Paulo César AE

-

1 Artur Moraes GR

48 Aníbal Capela DC

28 Sílvio LE

40 Guilherme MO

10 Hélder Barbosa AE

99 Matheus AV

19 Meyong AV

11 Keita AV

Celtic

Treinador Neil Lennon

24 Zaluska GR

11 Cha Du Ri LD

22 Loovens DC

6 Hooiveld DC

21 Mulgrew LE

8 Brown MD

16 Ledley MD

46 McGeady AD

18 Ki Sung Yeung MO

13 Maloney AE

9 Samaras AV

-

47 Cervi GR

2 Hinkel LD

12 Wilson DC

17 Crossas MD

4 Juarez MO

19 Rasmussen AD

27 Murphy AE

10 Fortune AV

88 Hooper AV


A Figura do Braga: ALAN
O mais experiente

No plantel do Braga, apenas quatro jogadores sabem o que é jogar na Liga dos Campeões. Moisés (cinco jogos pelo Spartak de Moscovo), Miguel Garcia (três no Sporting) e Madrid (um no FC Porto) já sentiram o prazer de actuar na prova milionária, mas o mais batido neste particular é Alan, com seis partidas. Ao serviço do FC Porto, ganhou experiência na Champions, aspecto que, numa equipa estreante como a do Braga, atribui ao extremo brasileiro, fundamental nas últimas duas épocas, ainda mais responsabilidade para a eliminatória com o Celtic, na qual esteve para não participar em virtude do interesse do Sporting e do Al-Sharjah.

6

Jogos na Liga dos Campeões
0

Golos na Liga dos Campeões
23

Jogos nas provas da UEFA




A Figura do Celtic: SAMARAS
O mais venerado

Alto, forte, cabelos longos e barba por fazer. Quem não conhecer o avançado, até pensa que ele é escocês. Mas não. Nascido e criado na Grécia, aperfeiçoou os dotes de goleador no OFI Creta e no Heerenveen antes de rumar ao Manchester City, do qual saiu para o Celtic, onde actualmente é venerado pelos adeptos dos católicos. Afinal, foi ele o responsável pelo único triunfo obtido pela equipa de Glasgow fora de portas na Liga dos Campeões desde 2003, em Moscovo, na época de 2008/09. Na última temporada não esteve tão eficaz, mas, mesmo assim, levou para casa o título de melhor marcador do Celtic, com 13 golos, tantos quanto Robbie Keane.

3

Temporadas no Celtic
23

Golos pelo Celtic
61

Jogos pelo Celtic


Domingos Paciência
"Calor? Ainda vamos aumentar a temperatura"

Um discurso virado para os seus atletas e para os adeptos bracarenses. A conferência de Imprensa de Domingos Paciência foi realista, mas carregada de elementos galvanizadores. A ideia é que a fé derrube as diferenças que historicamente separam Braga e Celtic - e que o próprio treinador admitiu. "É uma equipa forte, agressiva, com jogadores de selecção. É natural que ambicione muito mais. Está acima do Braga em vários aspectos: orçamento, prestígio, condições. Em análise, é mais forte, mas dentro do campo logo se verá. Vamos trabalhar para que esta superioridade não seja evidente", referiu.

Apesar da ansiedade "natural" de quem "fez tudo para ter esta oportunidade", o treinador não se sente, tal como aos seus jogadores, pressionado; antes motivado. "O Braga vai participar numa eliminatória para a Champions pela primeira vez em 89 anos. É uma porta que abrimos e gostaríamos que continuasse aberta", justifica. E os escoceses que se preparem: o AXA não é como o Celtic Park, mas vai estar mais quente do que o ambiente da tarde de ontem. Quando um jornalista escocês perguntou a Domingos se o calor seria uma vantagem, este retorquiu e perguntou se eles não gostavam do calor. "Não gostam de calor? Então amanhã [hoje] ainda vamos aumentar mais a temperatura", prometeu.

E a confiança não se resume ao ambiente humano. "Preparados para um resultado negativo? Fale-me em positivo", ordenou perante um cenário de não-vitória que lhe foi traçado. "Bom resultado é ganhar. A jogar em casa, interessa a vitória. É uma vantagem ligeira, porque o Celtic não muda a forma de jogar, mas nesta altura não pensamos noutra coisa senão em ganhar", esclareceu.

Consciente da importância do apuramento para o clube nas vertentes desportiva e económica, Domingos garantiu que os aspectos tácticos nem são o que mais o tem ocupado. "Vontade, querer e acreditar são os aspectos que mais têm sido trabalhados junto dos meus jogadores", revelou.

Outro momento alto da conferência passou-se quando Domingos foi convidado a eleger o principal perigo do Celtic. "O Samaras vai jogar à esquerda ou no centro?" ripostou para gargalhada geral. Ficou clara ser essa a principal dúvida na análise já efectuada ao adversário, e o grego o jogador mais admirado. "Além de tecnicamente ter muita qualidade, é um jogador que permite que o Celtic estique o seu jogo, quer em termos de jogo aéreo quer na profundidade que, juntamente com o Fortune, dá à equipa", justificou. Sobre o conjunto, destacou a "agressividade e a pressão sobre o portador da bola", características identificadas na digressão americana do rival, na qual o melhor jogo foi contra o Sporting: "Podia ter ganho ou perdido por três, mas vi muita qualidade."

"Se calhar eles torceram para sairmos nós"

Uma vitória do Braga só será surpreendente depois de se analisar o jogo. Certo é que, no plano teórico, os escoceses ficaram bem mais satisfeitos com o sorteio ditado pela UEFA. "Se calhar, a reacção de muita gente foi de que este era o pior adversário possível. Olhando para os cabeças-de-série, o Celtic se calhar torceu para que saísse o Braga; e o Braga se calhar torceu para que não saísse o Celtic. O sorteio não foi aquilo que desejávamos, mas para eles sim", considerou Domingos. "Mas queremos aproveitar a oportunidade", voltou a frisar.


Técnico confirma Felgueiras a titular

Tal como O JOGO avançou, Mário Felgueiras será titular contra o Celtic, no primeiro de dois testes para a permanência do guarda-redes no plantel. A confirmação foi dada por Domingos, que nesta altura só tem uma dúvida: usar Madrid, apostando no 4x3x3, ou lançar mais um avançado, utilizando o 4x4x2 mais experimentado nesta pré-época.


Paulão KO, avança Aníbal

O último treino do Braga antes do encontro com o Celtic foi de azar para Paulão, que sofreu um traumatismo no pé direito e teve de ser excluído da lista de convocados. Para o lugar do brasileiro entrou o jovem Aníbal, que acabou por ganhar a corrida a Eduardo, outra das possibilidades para ocupar um dos lugares no eixo da defesa arsenalista.


Neil Lennon
"Vamos ter respeito mas não em excesso"


Os bons resultados alcançados pelo Braga nas últimas temporadas, especialmente em 2009/10, estão a levar o Celtic a encarar esta eliminatória com algumas cautelas. Mesmo não encontrando "uma superestrela" nos arsenalistas, Neil Lennon sabe que a equipa de Domingos Paciência "tem um colectivo bastante forte e por isso não pode ser subestimada". "O Braga será muito difícil de bater, pois, tal como nós, também tem um histórico muito bom em casa. Por isso, se conseguirmos levar para a Escócia um resultado que nos permita sonhar ficaremos satisfeitos", sublinhou o treinador dos escoceses, que alertou para a necessidade de os jogadores "manterem a concentração em todos os momentos". Não se pense, contudo, que os católicos viajaram até à Cidade dos Arcebispos apenas com o objectivo de perder por poucos. Nada disso. Aliás, Lennon está muito confiante na capacidade do Celtic para perturbar Mário Felgueiras e companhia. "É importante que também criemos as nossas oportunidades. Temos de respeitar o Braga, mas não em excesso", frisou o técnico.



Só 1500 escoceses na Pedreira e milhões agarrados… ao rádio

Ao contrário do esperado, vão ser bem menos do que 4000 os adeptos do Celtic presentes no AXA. Ao todo, são esperados apenas 1500 escoceses em Portugal, enquanto os restantes aguardam ansiosamente que as televisões do Reino Unido cheguem a um acordo para a compra dos direitos televisivos do encontro. Um facto que os católicos lamentam, embora tenham declarado no seu sítio na internet que este assunto "depende exclusivamente do Braga". "É decepcionante que o jogo não seja transmitido por qualquer televisão no Reino Unido", pode ler-se no comunicado.


O JOGO

Braga e o sonho que dá milhões
Liga dos Campeões Braga trava hoje o primeiro duelo com os escoceses do Celtic

Temperatura máxima em Braga. Não só pelos 39 graus que têm aquecido a cidade, mas também porque se joga hoje a primeira mão da terceira pré-eliminatória da Champions, frente ao Celtic. Sob a égide de António Salvador, os bracarenses têm crescido na Europa.

Corações ao alto. O Braga volta hoje aos combates europeus (20 horas, Estádio AXA), defrontando os escoceses do Celtic, naquele que é, indiscutivelmente, um dos jogos mais importantes da sua história nas provas da UEFA, uma vez que está em causa a passagem ao play-off que dará acesso à fase de grupos da mais importante prova de clubes, onde nunca conseguiu marcar presença.

Os arsenalistas vão realizar o 61.º jogo europeu, depois de nos últimos sete anos, designadamente, desde a chegada de António Salvador à liderança, em Fevereiro de 2003, terem garantido sempre o passaporte para a UEFA. Este ano, a proeza é maior, já que se trata da presença na terceira pré-eliminatória da Champions, depois do segundo lugar na Liga.

Em 2004, curiosamente, também frente a escoceses, o Hearts, o Braga tombou à primeira na Taça UEFA, assim como no ano seguinte, com Estrela Vermelha. Seguiu-se uma aventura até aos oitavos-de-final, onde os guerreiros do Minho caíram aos pés do Tottenham, depois de terem assegurado, pela primeira vez, a presença na fase de grupos, eliminando o Chievo, de Itália. Uma época adiante, seria o Werder Bremen a afastar os portugueses, nos dezasseis-avos-de-final.

Em 2008/09, nova chegada aos oitavos-de-final, onde o Paris Saint-Germain foi mais feliz, mas a época ficaria marcada pela conquista da Taça Intertoto, o primeiro sucesso europeu do Braga e de António Salvador, que continua a expressar o desejo de conquistar um título nacional e ganhar espaço na Liga milionária.

Se, no ano anterior, houve um retrocesso, com os arsenalistas a caíram com estrondo, na primeira pré-eliminatória da Liga Europa, diante dos suecos do Elfsborg, a verdade é que epopeia a nível interno só não resultou num inédito título porque o Benfica foi ainda mais forte.

Mário Felgueiras na baliza

Na baliza de uma equipa que irá procurar fazer história vai estar, hoje à noite, Mário Felgueiras, que leva vantagem sobre o recente reforço Artur Moraes, por conhecer melhor a equipa. As chamadas de Matheus, apesar de estar a recuperar de lesão, e Paulo César, que debelou um traumatismo no pé direito, são os destaques na convocatória de Domingos Paciência.

No lado do Celtic, o treinador Neil Lennon espera um adversário consistente. "Mesmo sem grandes estrelas, é uma grande equipa, com forte espírito ofensivo", elogiou, deixando, porém, uma garantia: "Também temos as nossas armas".

JN

Domingos quer Sp. Braga ao nível do "favorito" Celtic


O Sporting de Braga discute hoje a primeira mão da terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões diante dos escoceses do Celtic.

É uma "equipa que ambiciona muito mais", disse Domingos Paciência referindo-se ao seu adversário. "Está acima do Braga em vários aspectos, no orçamento, prestígio, e normalmente está nas competições europeias." Mas, apesar da superioridade reconhecida pelo técnico à equipa escocesa, Domingos deixa o aviso: "Dentro do campo vamos trabalhar no sentido que essa superioridade não se note." Mas, mesmo assim, Domingos mantém o optimismo e a confiança no apuramento para fase de grupos da Champions, perante um adversário que considera um "obstáculo" difícil. "Agora há um jogo para fazer e uma possibilidade que queremos agarrar." Domingos disse ainda que jogadores e responsáveis têm "consciência" do desafio, afirmando ser "natural que haja ansiedade" porque fizeram "tudo para ter esta oportunidade", recordou.

Para Neil Lennon, treinador do Celtic, o conjunto liderado por Domingos Paciência "é uma "equipa sem grandes estrelas", mas "forte e unida", falando numa eliminatória "difícil" e sem "favoritismo para ninguém." "O Braga é uma equipa muito consistente, com forte espírito ofensivo", avançou.

O técnico do clube "arsenalista" disse ter visto vários jogos do seu adversário, afirmando ser uma "equipa forte, agressiva, a procurar o contacto e muito pressionante".

Para o jogo de hoje, e tratadas as lesões de Paulo César e Matheus, que estão convocados para a recepção ao Celtic, Domingos Paciência já sabe quem vai ser o eleito para defender a baliza. Por estar mais ambientado à equipa e por ter mais dias de preparação que o recente reforço, o brasileiro Artur Moraes. Também Mário Felgueiras já tem futuro traçado. O jogador regressa, por empréstimo, ao Rio Ave depois dos dois jogos com os escoceses.

O jogo tem início marcado para as 20h00, estando a segunda mão agendada para o dia 4 de Agosto em Glasgow.


PUBLICO

Sporting de Braga estreia-se hoje perante o histórico Celtic

 O Sporting de Braga estreia-se hoje na Liga de Campeões de futebol, ainda que na terceira pré-eliminatória, ao receber os escoceses do Celtic, ao qual o treinador, Domingos Paciência, reconhece superioridade, embora espere vencer.

Pela primeira vez na sua história, vai ouvir-se em Braga o célebre hino da mais importante competição de clubes a nível europeu, mas para o Sporting local aceder à ansiada - porque milionária - fase de grupos tem de deixar para trás o Celtic e passar mais outra eliminatória.

O técnico dos "arsenalistas", Domingos Paciência, reconheceu na conferência de imprensa de antevisão da partida alguma superioridade do Celtic, sobretudo graças ao orçamento, prestígio e experiência internacional de um antigo campeão europeu (na década de 1960, o Celtic venceu a então Taça dos Campeões Europeus em pleno estádio do Jamor), mas avisou que os jogadores só pensam em vencer o jogo.

Matheus e Paulo César foram convocados depois de serem dúvidas devido a lesões recentes e na baliza vai estar Mário Felgueiras, guarda-redes que o Braga emprestou ao Rio Ave, mas que dada a lesão grave de Quim e as limitações físicas do reforço Marcos, vai fazer os dois jogos com o Celtic pelos minhotos.

A partida tem lugar apenas às 20:00, no Estádio Municipal de Braga, mas deverá ser disputado a uma temperatura ainda alta, mantendo-se mesmo para hoje o alerta vermelho (situação meteorológica de risco extremo) lançado terça feira pelo Instituto de Meteorologia para aquele distrito.

LUSA

Sp. Braga: Domingos decidido a bater em casa o Celtic de Glasgow
“Só pensamos em ganhar”

Domingos Paciência quer aproveitar o factor casa para bater o Celtic de Glasgow e garantir hoje [20h00] vantagem na luta pela Champions. O treinador do Sp. Braga considera o adversário "superior" aos minhotos, mas acredita que a fé e a capacidade de superação da sua equipa "podem anular as diferenças" entre os dois conjuntos.

"O Celtic está acima do Sp. Braga no orçamento e no prestígio decorrente das presenças nas competições europeias. Mas dentro do campo vamos trabalhar para que essa superioridade não se note", avisou Domingos, dizendo que "a vontade, o querer e o acreditar podem ter peso decisivo na eliminatória". "Sabemos que esta oportunidade é importante para o clube, por ser a primeira vez em 89 anos de história que participa na Champions e também pelo aspecto financeiro. Queremos agarrá-la e fazer história."

O treinador reconhece nos minhotos "uma ansiedade natural" nas vésperas da primeira mão com os escoceses. Nada que afecte a confiança: "Jogamos em casa e não pensamos noutra coisa que não seja ganhar. No segundo jogo, logo se verá." Quanto ao adversário, destacou a "agressividade", "o estilo pressionante" e "o número de jogadores de selecção". Mas prometeu um Braga "preparado para tudo". Mário Felgueiras será o dono da baliza. Matheus e Paulo César foram chamados à condição


CORREIO DA MANHA

Sp. Braga estreia-se hoje na Liga dos Campeões, com o Celtic (20 horas)

Ganhar dê por onde der

Domingos Paciência reconhece que a sua equipa tem menos responsabilidade, mas garante que há vontade para fazer história.

O treinador do Sporting de Braga, Domingos Paciência, considera que o Celtic é superior em vários aspetos, mas avisou que quer vencer, esta noite, na primeira mão da terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões. 'É natural que seja uma equipa que ambiciona muito mais. Está acima do Sporting de Braga em vários aspetos, no orçamento, prestígio, normalmente está nas competições europeias, mas dentro do campo vamos trabalhar no sentido que essa superioridade não se note', confidenciou o técnico «arsenalista». Domingos Paciência disse ainda que jogadores e responsáveis do clube têm 'consciência', do que têm pela frente 'e é natural que haja ansiedade de querer fazer este jogo', porque fizeram 'tudo para ter esta oportunidade', Apesar do Celtic ser um 'obstáculo difícil', o treinador do Sp. Braga, que se mostrou otimista, revelou que 'a vontade, o querer e o acreditar são os aspetos que mais têm sido trabalhados porque num jogo de futebol tudo é possível', 'Agora há um jogo para fazer e uma possibilidade que queremos agarrar. Sabemos que é importante para o clube por ser a primeira vez em 89 anos de história que participa na Liga dos Campeões e pelo aspeto financeiro', explicou o treinador português. Neste sentido, Domingos defendeu que um bom resultado esta noite 'seria ganhar', até porque a segunda-mão afigura-se ainda mais difícil do que o primeiro jogo. 'Um bom resultado seria ganhar: jogamos em casa e não pensamos noutra coisa que não seja ganhar. No segundo jogo logo se verá', justificou.
Quanto ao adversário desta noite, o treinador bracarense considerou-o uma 'equipa forte, agressiva, a procurar o contacto e muito pressionante sobre o portador da bolsa, que tem jogadores de qualidade e de seleção', Domingos Paciência afirma ter visto vários jogos do Celtic, tendo gostado 'muito', da equipa escocesa ante o Sporting, no recente torneio disputado nos Estados Unidos, e destacou os jogadores Samaras e Fortune.
Por fim, Domingos confirmou que, neste momento, as dúvidas são Paulo César e Matheus, a recuperar de lesões, e revelou que será Mário Felgueiras, que regressará ao Rio Ave, por empréstimo, depois destes dois jogos com os escoceses, a defender a baliza minhota por estar mais entrosado com a equipa e ter mais dias de preparação que o recente reforço, o brasileiro Artur Moraes.

Novidade na baliza. Domingos Paciência vai lançar Mário Felgueiras .


PRIMEIRO DE JANEIRO

Celtic: um passageiro frequente com milhas para mais uma viagem

Vice-campeão escocês venceu um título em Portugal e fez 21 jogos com portugueses. Sp. Braga será a sétima equipa

 Tudo começou a 23 de Setembro de 1964 em Matosinhos. Pela primeira vez na história, o Celtic visitava Portugal para um jogo a contar para as competições europeias. Na altura, um empate a um golo adiou as decisões para a segunda mão. Vir a Portugal era complicado, não havia voos directos de Glasgow nem para Lisboa nem para o Porto. Tal como não há hoje, 46 anos depois.

Mais do que um destino desportivo, Portugal é sobretudo turístico e é por isso que há companhias que fazem voos directos de Glasgow. Mas para Faro, o aeroporto inaugurado um ano depois, em 1965.

Desde então, a ligação do clube católico a Portugal tem aumentado. E nem é por Fátima. Em toda a Europa, só a Espanha recebeu o Celtic mais vezes do que Portugal, num total de 26 jogos. Os clubes portugueses só têm 21 encontros, mas as grandes memórias dos adeptos escoceses são contra equipas portuguesas. Sim, é verdade que perderam a final da Taça UEFA contra o FC Porto em 2002/03. Não é por acaso que os jogadores do Celtic também são conhecidos por Os Leões de Lisboa. Foi em Lisboa, no Estádio do Jamor, que a equipa escocesa venceu a Taça dos Campeões Europeus em 1967 contra o Inter.

O único título europeu da equipa não é o único motivo de orgulho e confiança do Celtic quando vem jogar a Portugal. A 26 de Novembro de 1969, o Celtic não conseguiu manter a vantagem de 3-0 frente ao Benfica na primeira mão da segunda eliminatória da Taça dos Campeões Europeus. Perdeu pelo mesmo resultado e o árbitro do encontro, o holandês Larens Van Ravens, foi obrigado a proceder ao desempate por moeda ao ar. E lá está, Portugal é talismã do Celtic. A equipa escocesa ganhou e só terminou na final da competição, desta vez perdida para o Feyenoord.

Jogar contra equipas portuguesas é um bom sinal para o Celtic. Das seis que já defrontaram, só FC Porto (a tal final da Taça UEFA e numa fase de grupos da Liga dos Campeões) e Sporting (segunda eliminatória da Taça UEFA em 1993/94) conseguiram levar a melhor sobre os escoceses. De resto, o domínio é sempre do Celtic. Leixões, V. Boavista, Benfica e até o Sporting (em 1983/84) foram eliminados pelo Celtic. Dos 21 jogos já disputados, o clube escocês venceu 11, empatou três e perdeu sete. Curiosamente as derrotas foram sempre em Portugal. A diferença é que em Glasgow fazem melhor ainda

Hoje o Sp. Braga vai tentar inverter o rumo da história. Começa a eliminatória em casa e quer manter a tendência de resultados negativos do Celtic em jogos realizados em Portugal. Mas o Celtic tem boas recordações do Minho, onde venceu o V. Guimarães em 1998/99 por 2-1. É como se estivessem a jogar em casa, mais que não seja pelos mais de 3 mil adeptos que são esperados em Braga.


i INFORMAÇÃO

Domingos reconhece dificuldades mas quer fazer história


Pela primeira vez nos 89 anos do clube,  os minhotos vão participar na Liga dos Campeões. Treinador espera vitória.

Domingos Paciência, treinador do Sporting de Braga, quer começar hoje a fazer mais uma página na história do clube, obtendo a primeira vitória da turma minhota na Liga dos Campeões, naquela que é estreia, em 89 anos do clube "arsenalista", na prova rainha das competições europeias.

O Braga recebe esta noite (20.00, Sport TV)) os escoceses do Celtic de Glasgow, na terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões, e mesmo considerando a turma britânica mais forte, Domingos acredita que a sua equipa tem argumentos para conseguir um bom resultado.

"O Celtic é uma equipa que ambiciona muito mais. Está acima do Braga em vários aspectos, no orçamento, prestígio, normalmente está nas competições europeias, mas dentro do campo vamos trabalhar no sentido que essa superioridade não se note", disse o treinador na antevisão da partida.

Domingos mantêm, no entanto, optimismo na prestação dos seus pupilos: "Um bom resultado seria ganhar, jogamos em casa e não pensamos noutra coisa que não seja isso", disse lembrando, também, o aspecto financeiro.

Mantendo as dúvidas na recuperação dos avançados Matheus e Paulo César, o treinador dos minhotos confirmou a titularidade de Mário Felgueiras na baliza.

Entretanto, a equipa do Celtic, que chegou ontem a Portugal e foi surpreendida pela onda de calor que se faz sentir no Minho, mostrou respeito pelo adversário. "O Sp. Braga é uma equipa consistente, com forte espírito ofensivo e capaz de fazer uma grande equipa, mesmo sem grandes estrelas. Não considero que haja favoritos", frisou o técnico Neil Lennon.

Equipas:

Com arbitragem do belga Serge Gumiendy, as equipa devem alinhar:

Sporting de Braga- Mário Felgueiras, Sílvio, Moisés, Rodriguez, Eldersson, Vandinho, Madrid, Salino, Alan, Lima e Hélder Barbosa.

Celtic Glasgow - Zaluska, Wilson, Mulgrew, Loovens, O'Dea, Brown, Ki Sung, McCourt, Forrest, Samaras e Fortuné.


lotação
Procura de bilhetes "intermitente"

› Apesar da partida frente ao Celtic ser de vital importância para as aspirações europeias do Sporting de Braga, o jogo de hoje deve registar pouco mais de meia casa.

Sendo este um período de férias os ingressos têm tido uma procura "intermitente", contribuindo para isso o facto da partida ter transmissão televisiva (Sport TV 20.00). No entanto, a compor as bancadas estarão cerca de três mil adeptos escoceses, que desde o dia de ontem já estão a dar um colorido especial à capital minhota.


DN

Sp. Braga disputa hoje lugar com Celtic

O Sporting de Braga estreia-se hoje na Liga de Campeões de futebol, ainda que na terceira pré-eliminatória, ao receber os escoceses do Celtic, ao qual o treinador, Domingos Paciência, reconhece superioridade, embora espere vencer.

Pela primeira vez na sua história, vai ouvir-se em Braga o célebre hino da mais importante competição de clubes a nível europeu, mas para o Sporting local aceder à ansiada - porque milionária - fase de grupos tem de deixar para trás o Celtic e passar mais outra eliminatória.

O técnico dos «arsenalistas», Domingos Paciência, reconheceu na conferência de imprensa de antevisão da partida alguma superioridade do Celtic, sobretudo graças ao orçamento, prestígio e experiência internacional de um antigo campeão europeu (na década de 1960, o Celtic venceu a então Taça dos Campeões Europeus em pleno estádio do Jamor), mas avisou que os jogadores só pensam em vencer o jogo.


DIARIO DIGITAL

 Domingos Paciência
“A Liga dos Campeões é uma oportunidade para não desperdiçar”

Domingos Paciência no relvado do estádio bracarense: hoje à noite enfrenta a estreia na pré-eliminatória da Liga dos Campeões com o Celtic.

Técnico dos minhotos crê num campeonato mais equilibrado. E, sobre o guardião do Benfica, diz: “Tem sido avaliado pelo preço da transferência.”

Hoje à noite (20h00, Sport TV1/HD), o Sp. Braga recebe o Celtic. Em entrevista, Domingos Paciência aborda as mudanças e afasta a pressão de lutar pelo título.

Depois de uma época histórica, hoje há outro momento memorável com a estreia na pré-eliminatória da Champions frente ao Celtic. Sente a equipa mais ansiosa ou com mais vontade de jogar?
Sinto que a Liga dos Campeões é uma oportunidade excepcional que ninguém de um clube com 89 anos de história - dirigentes, jogadores e equipa técnica - pretende desperdiçar e, por isso, vamos mostrar grande empenho nesta eliminatória.

O que viu do Celtic leva-o a analisá-lo de que forma?
É uma equipa muito complicada, habituada a jogos desta natureza e com muito mais experiência internacional do que nós. Tem bons jogadores, conhecidos pelo modo agressivo como procuram impor o seu futebol. E, se analisarmos os últimos anos, basta lembrar que o Celtic foi finalista da Taça UEFA com o FC Porto, além de ser presença constante na principal competição europeia. Isso significa, por exemplo, que em termos de orçamento nem sei quantas vezes será superior a nós e assim se percebe melhor a sua dimensão internacional.

O director desportivo do Sporting, Costinha, era citado na imprensa britânica a dizer que, se o Sporting de Braga ultrapassar bem o ambiente adverso na Escócia para a segunda mão, isso dará margem de manobra para se apurar. Concorda?
Hoje em dia as equipas já não se assustam com ambientes. Pode influenciar o rendimento, mas não é assim que vejo o futebol. Claro que será diferente pelo carácter específico da massa adepta, mas vamos conviver bem com isso.

Após o segundo lugar na época passada e face ao plantel de que dispõe, aponta o título como um dos objectivos?
Não. Devemos tentar não nos desviar daquilo que tem sido o percurso desde a chegada do presidente ao clube, procurando sempre melhor. À partida, a tranquilidade dos últimos anos e a nossa realidade indicam o quarto lugar como meta. Não temos orçamento que nos permita lutar pelo título e é bom lembrar que vendemos aos grandes, mas não lhes compramos.

De Eduardo a Hugo Viana, passando por Filipe Oliveira, Evaldo, Kieszek, Rentería ou Adriano, perdeu muitos jogadores e ainda não sabe se vai ganhar Luís Aguiar. Sendo aliciante formar nova equipa, isso envolve riscos.Tem noção deles?
Claro. A estrutura é nova, embora todos os treinadores tenham de estar preparados para enfrentar situações destas. O que fizemos envolve grande responsabilidade, mas estamos a reformular a equipa, procurando equilibrá-la.

Nunca vivera uma situação como a dos guarda-redes?
Não, foi caricato. Tínhamos três e, de súbito, nenhum, porque dois saíram (Eduardo e Kieszek) e o Quim sofreu lesão grave. Ainda por cima, quem chega terá a responsabilidade de render o titular da selecção nacional e isso dificulta, porque ficou gravada uma imagem de grande qualidade. Enfim, tudo se solucionou e espero que tenhamos sorte com as escolhas.

Além de perder jogadores, Carlos Freitas, director-desportivo, deu lugar a Fernando Couto. Como compara a experiência a trabalhar com os dois?
O Fernando está a iniciar-se numa área onde tem grande experiência e pode desempenhar o cargo com qualidade, estando até mais próximo do que é ser treinador. Carlos Freitas tinha muito mais tempo de funções e outros conhecimentos. Com o tempo, o Fernando terá grande utilidade, mostrando o domínio de uma área que conhece bem: o mercado internacional.

Na festa de homenagem a Iordanov foi aplaudido em Alvalade. O que significa isso para si?
Gostei, mas devo dizer que nunca fui maltratado nos estádios dos grandes.

Olhando para Benfica, FC Porto e Sporting, como lhe parece que será esta temporada?
Mais equilibrada. Acredito que o Benfica não estará tão forte, enquanto FC Porto e Sporting melhoraram. Contudo, esta é uma leitura de início de época que as exigências da luta pelos pontos podem contrariar.

Falando de rivais, como avalia a situação que o novo guarda-redes do Benfica tem vivido?
Sendo visível que não está a correr bem, parece-me que temos esta mania de marcar as pessoas por determinados efeitos. Tem sido olhado por causa do valor pago pela sua transferência quando, se calhar, juntando dois ou três com os quais se cometeram erros e perfazem valor semelhante nada se diz.

Na época passada, quando jogou na Luz, criticou a paternidade da equipa que Jesus reivindicava pelo trabalho em Braga. Esse assunto ficou encerrado aí?
Sim. Se fosse treinador de um grande não me preocupava com o que os outros fazem. Quando se gosta das pessoas não se quer que lhes aconteça mal, mas, a partir de certa altura, sentimos que nos queriam mal, até em função dos castigos aplicados a alguns dos nossos jogadores. Houve palavras que caíram mal e, acima de tudo, trata-se de uma questão de respeito. Porque passei antes na Académica, também podia dizer que era pai da equipa que André Villas-Boas encontrou, mas não o faço.


DIARIO ECONOMICO

Guerreiros batem Celtic (3-0)

Três golos sem resposta! O Sp. Braga não deu qualquer hipótese ao Celtic de Glasgow esta noite, no estádio AXA, em jogo da primeira-mão da terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões.


Tudo começou com uma grande penalidade a castigar mão de Ki-Sung-Yong na área dos escoceses, aos 26 minutos. Alan não deu hipóteses a Zaluska e fez o 1-0 para os arsenalistas.

O jovem nigeriano Elderson, reforço para a lateral esquerda, fez o segundo dos minhotos, à passagem do minuto 76. Canto na direita cobrado por Matheus a chegar aos pés do esquerdino, que encostou de trivela para o fundo das redes dos “católicos”.

O terceiro tento bracarense surgiu a dois minutos do final. Foi o melhor da noite. Uma autêntica bomba de Matheus, na cobrança de um livre directo muito longe da baliza de Zaluska. A bola fez duas trajectórias diferentes, confundindo o guardião por completo.

Este resultado deixa a turma da cidade dos Arcebispos com excelentes perspectivas para a segunda-mão da eliminatória, a disputar a 4 de Agosto, no Celtic Park.

Ficha de jogo:

Estádio AXA, em Braga

Árbitro Serge Gumienny (Bélgica)

SP. BRAGA: Mário Felgueiras; Miguel Garcia, Moisés, Rodríguez e Elderson; Andrés Madrid, Vandinho, Alan (Hélder Barbosa, 90), Leandro Salino e Paulo César; Lima (Matheus, 66).

Suplentes: Artur, Sílvio, Aníbal Capela, Keita, Hélder Barbosa, Meyong e Matheus.

Treinador: Domingos Paciência

CELTIC: Zaluska; Cha Du-Ri, Juárez (James Forrest, 79), Hooiveld, Loovens e Mulgrew; Scott Brown, Maloney (Daryl Murphy, 71), Ki Sung-Yong e Ledley; Samaras.

Suplentes: Dominic Cervi, Antoine Fortuné, Marc Crosas, Pat McCourt, Thomas Rogne, Daryl Murphy e James Forrest.

Treinador: Neil Lennon.

Marcha do marcador: 1-0, por Alan (26, gp); 2-0, por Elderson (76); Matheus (88)

A BOLA

Domingos: «Lembro-me do que aconteceu lá com o Benfica»
técnico alerta que a eliminatória não está resolvida


O técnico do Sp. Braga, Domingos Paciência, mostrou-se satisfeito pela vitória diante do Celtic, alertando que apesar do 3-0 a eliminatória ainda não está resolvida.

"Estamos em vantagem, mas quem pensa que está tudo fechado pode sofrer com isso. É um resultado muito bom. Temos de continuar a trabalhar com esta atitude", começou por dizer.

Domingos garantiu que a o Braga não joga com vontade de provar alguma coisa e destacou o mérito dos seus jogadores.

"Nós só queremos ultrapassar desafios. Não temos nada a provar. Os jogadores têm mérito. O Braga deu pouco espaço e obrigou o Celtic a este tipo de jogo", explicou, referindo que a sua equipa não deixou a turma escocesa crescer no terreno.

"São 90 minutos em que é importante continuar a pensar em ganhar. O ambiente é difícil, lembro-me perfeitamente do que aconteceu lá com o Benfica", disse Domingos sobre a 2.ª mão a disputar na Escócia a 5 de agosto, recordando a derrota do Benfica em 2007 no Celtic Park por 3-0.

RECORD

Sp. Braga vence Celtic por 3-0






O Celtic voltou a sair derrotado de Portugal. Tal como diz a tradição. É verdade que derrotou o Guimarães em 1998/99 e o Boavista em 2002/03, mas desde então saiu sempre de Portugal com uma derrota no marcador. Há sempre alguma coisa que corre mal. Em 2006, foi o central Gary Caldewell a abrir caminho para a derrota com o Benfica com um autogolo. Um ano depois, tudo parecia estar a correr bem até Cardozo dar a vitória com um golo a três minutos do fim.

Em Braga, os escoceses voltaram a ficar de olhos em bico. E desta vez literalmente. O Sp. Braga jogava melhor, estava mais perto da baliza de Zaluska mas não conseguia marcar. Até que, aos 25 minutos, o sul-coreano Sung-yong Ki interceptou um cruzamento dentro da área com o braço esquerdo. Era a primeira explosão de alegria, mas ainda faltava marcar. O brasileiro Alan, que no último mês chegou a ter um pé no Sporting e outro nos árabes do Al-Sharjah, não facilitou e converteu a grande penalidade ao ângulo superior direito.

Estava tudo a compor-se para os bracarenses, até porque a história do Celtic a jogar fora de casa é uma história de expectativa. O objectivo é ir mantendo um resultado aceitável, mesmo que seja uma derrota, de forma a conseguir virar o rumo da eliminatória no Celtic Park ao som de “You’ll Never Walk Alone”.

O Sp. Braga não se incomodou com essa estratégia e continuou  a fazer pela vida. Alan estava endiabrado e dava que fazer pelo lado direito do ataque. Do outro, o nigeriano Echiejile, mais conhecido por Elderson em Portugal, dava mostras de ser uma excelente alternativa a Evaldo, confirmando a facilidade que António Salvador e companhia têm para renovar o plantel apesar das constantes saídas.

Os ataques do Celtic eram inofensivos.  Samaras estava em dia não e Maloney estava ainda pior. Nada corria bem aos escoceses e os minhotos acreditavam que era possível fazer ainda melhor. O Celtic dava espaço para isso, o Celtic estava a pedir que isso acontecesse. E o Sp.Braga não quis contrariar. Aos 76’, foi Elderson a fazer o segundo golo na sequência de um canto. Para o fim, estava guardado o momento mais espectacular da noite:Matheus bateu um livre directo para o fundo da baliza e deu ainda mais segurança para o jogo de Glasgow. A 4 de Agosto.


i INFORMAÇÃO

Sp. Braga-Celtic, 3-0 (crónica)
De passo em passo também se atropela uma equipa


Dava toda a impressão que não seria um primeiro passo em força, de rajada, avassalador. Mas já se adivinhava um passo certeiro, a espaços, elegante e, sem qualquer dúvida, com o pé direito. Mudou tudo nos últimos 15 minutos, com dois golos que atropelaram por completo a equipa escocesa. O Sp. Braga mostrou frente ao Celtic de Glasgow que o estatuto europeu ainda não ganha jogos e parte para a segunda mão, na Escócia, bem na frente dos escoceses que vão ter de suar muito para corrigir a derrota por 2-0 em Braga.

Quem esperava uma entrada do Sp. Braga de rompante no jogo enganou-se. Os minhotos sabiam que estavam a fazer história e que qualquer passo em falso poderia ser a morte do artista. Talvez por isso, os primeiros 10 minutos bracarenses foram algo tímidos e receosos, num futebol amorfo que, com o avançar do relógio se foi empolgando.

O Celtic tem mais tradição e um estatuto mais forte na Europa. Mas quando é preciso dominar uma bola, controlá-la, passá-la e, mesmo, metê-la dentro da baliza, o palmarés de pouco vale. Aí, vem ao de cima a classe e a qualidade dos protagonistas. Nesse ponto, pelo menos nesta noite, embora se possa deixar o vaticínio para o aglomerado das duas mãos, o Sp. Braga é superior.

Mesmo que tenha demorado a encontrar o norte e quase não tenha criado perigo na primeira metade. Aliás, se retirarmos um remate rasteiro de Salino, no minuto seguinte ao tento de Alan, pouco sobra para dizer. Mesmo o golo não tem grande história: cruzamento de Miguel García na direita e o coreano Ki Sung Yeung a dar uma mão aos bracarenses na busca pelo golo. Penalty tão claro como a forma como Alan o cobrou.

Elderson dá o toque...

Dos escoceses, ninguém sabia muito o que esperar. Os minhotos tinham o jogo controlado, mas a sentença cai sempre em saco roto, quando por trás está uma margem mínima. Ainda por cima, com uma equipa tipicamente britânica, com mais força que técnica e com uma imaginação quase tão escassa como a brisa fresca que soprou na tropical noite de Braga.

O futebol bracarense, claramente de tracção à esquerda, devido ao maior pendor ofensivo do lateral Elderson esbarrava na muralha escocesa. Muita força bruta, misturada, muitas vezes, com uma agressividade a roçar os limites, que os Guerreiros do Minho tiveram de combater com armas próprias.

E, esgotado o período da pólvora seca, chegou a machadada final. Canto de Matheus e toque subtil de Elderson a lançar a festa. Um grande balão de oxigénio para o mergulho em alto mar que vai ser a visita a Glasgow na próxima semana. E não haveria de ficar por aqui...

... e Matheus lança a bomba

Matheus tinha assistido Elderson para o segundo, mas não quis deixar a sua participação no jogo por aí. Um livre a uns bons 30 metros da baliza e uma bomba indefensável. Que golo! A melhor maneira de encerrar uma noite histórica para as cores bracarenses.

A noite mágica para o Sp. Braga pode ser ainda levada em conta como um aviso à navegação interna: a última época, se calhar, não foi assim fruto do acaso, como por vezes se faz parecer. A jogar assim, é bom que se tenha a equipa de Domingos em atenção.

Ficha de jogo:

Árbitro: Serge Gumienny (Bélgica), assistido por Mark Simons e Frank Bleyen (Bélgica)

SP. BRAGA: Mário Felgueiras; Miguel Garcia, Moisés, Rodríguez e Elderson; Vandinho, Andrés Madrid e Salino; Alan (Hélder Barbosa, 90m), Paulo César e Lima (Matheus, 66m).
Treinador: Domingos Paciência
Não utilizados: Artur, Keita, Sílvio, Meyong, Aníbal.

CELTIC: Zaluska; Cha Du Ri, Loovens, Hooiveld e Mulgrew; Juarez (James Forrest, 79m)e Ki Sung Yeung; Maloney (Murphy, 71m) Scott Brown e Ledley; Samaras.
Treinador: Neil Lennon
Suplentes: Cervi, Fortune, Crosas, Pat Mccourt, Thomas Rogne e James Forrest
Golos: Alan g.p. (26 m), Elderson (76m) e Matheus (89m)
Disciplina: Amarelo para Mulgrew (5m), Ki Yueng (25m), Hooiveld (42m), Loovens (60m), Salino (90m)



Alan (Sp. Braga): «Temos de manter esta garra»
Sp. Braga-Celtic, 3-0 (reportagem)


Alan, em declarações à «Sport TV», depois da vitória do Sp. Braga sobre o Celtic (3-0), em jogo da primeira mão da terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões. O avançado marcou o primeiro golo na transformação de uma grande penalidade:

«Fizemos um grande jogo, sabemos que lá vai ser difícil. Temos de manter esta garra que temos».

[Esteve quase para deixar o Braga. Não está arrependido?]
«Não houve acordo, são coisas do futebol, sou profissional, sou jogador do Sp. Braga».

[Com esta vitória o Braga fica um curto passo do «Play-off»?]
« Vamos correr atrás disso, está ao nosso alcance. Hoje demos um passo importante, agora vamos descansar, depois logo se vê. Eles têm uma boa equipa, mas nós estivemos em alto nível, estudámos bem a equipa deles e anulámos o seu jogo».



Domingos: «Há outro jogo para tentarmos ganhar»
Treinador do Sp. Braga recorda que a eliminatória com o Celtic ainda vai a meio


Domingos Paciência, treinador do Sp. Braga, em declarações à «Sport Tv», depois do triunfo sobre os escoceses do Celtic (3-0), em jogo da primeira mão da terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões:

«É um passo importante. Acabou a primeira parte, neste momento estamos em vantagem, mas em futebol, quem facilita sofre com isso. É um bom resultado, mas há muito para fazer. Há que continuar a trabalhar de uma forma séria e com uma atitude boa como fez hoje a equipa. Criamos desafio a nós próprios. Queremos ganhar, mas não andamos a provar nada a ninguém. Às vezes consegue-se, outras não, mas não deixamos de tentar».

[Esperava mais do Celtic?]
«Não se viu mais da equipa escocesa, porque o Braga levou o Celtic a fazer este tipo de jogo e tirou vantagem disso. Hoje viram um Braga em bloco, que deu poucos espaços à equipa do Celtic que pratica um futebol directo. Quando assim é parece que os outros são menos bons, mas não, há que dar mérito ao que o Braga fez. Sabemos que ainda faltam noventa minutos, sabemos o que aconteceu com o Benfica [ganhou 3-0 na Luz e perdeu 0-3 em Glasgow], estamos preparados para isso. Há outro jogo para tentarmos ganhar».



Sp. Braga- Celtic, 3-0 (destaques)
Elderson na pele de Evaldo e Matheus, o bombardeiro

Elderson

É verdade que Evaldo era um valor seguro que o Sp. Braga perdeu. Mas alguém se lembrou esta noite que era o primeiro jogo oficial de Elderson pelos minhotos? A continuar assim, os responsáveis minhotos provaram, com a contratação deste nigeriano, que a saída estava precavida. Muito boa exibição do esquerdino, com um primeiro tempo irrepreensível quer a defender, quer a atacar e um golo na segunda parte, muito oportunista que dá uma maior tranquilidade à equipa para a visita a Glasgow.

Matheus

Saltou do banco para decidir o jogo e, quem sabe, a eliminatória. As primeiras acções foram precipitadas, mas ninguém se lembrará disso quando estiverem a recordar a assistência para o golo de Elderson e, sobretudo, o espectacular golo que fechou o marcador. Grande bomba!

Moisés

Seguríssimo. Deu nas vistas com um vistoso corte ao minuto 17, quando um cruzamento de Maloney parecia encontrar Samaras na cara do golo, mas a acção do central bracarense não ficou por aí. Pelo ar foi tudo dele e beneficiou do desacerto escocês para varrer o seu raio de acção com a classe que se lhe reconhece.

Salino

No início do encontro pareceu estar nervoso. Os primeiros toques na Jabulani não lhe saíram como desejaria e o brasileiro teve de contrariar o desacerto inicial com o avançar do relógio. Nunca deu um lance por perdido, facto que lhe valeu algumas repreensões da equipa de arbitragem. Logo após o golo de Alan, ficou perto do segundo, com um remate rasteiro, à meia volta, que saiu a rasar o poste.

Madrid

Com Vandinho nas costas, o argentino ganha confiança para arriscar. Tentou ser o ponto de virtuosismo que o meio campo minhoto, a espaços, parecia não encontrar e teve algumas boas aberturas ainda que nem sempre bem calibradas.


MAIS FUTEBOL

Braga com um pé na fase de grupos



Com uma merecida vitória, por um resultado confortável, os minhotos terão, espera-se, uma deslocação tranquila a Glasgow

O Sporting de Braga recebeu e bateu os escoceses do Celtic, por 3-0, um resultado que dá alguma tranquilidade aos minhotos, para o jogo da segunda mão da 3.ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões.

Alan, aos 26 minutos inaugurou o marcador, de penálti, a castigar mão na bola do coreano Ki-Sung-Yong.

Após o descanso, a supremacia dos portugueses resultou em mais dois golos: Elderson, aos 75, na sequência de um canto, e Matheus, aos 87 minutos, um golaço de livre directo.

Como lhe competia, o Sporting de Braga assumiu as despesas ofensivas desde o apito inicial, embora enfrentando sérias dificuldades para penetrar na defesa adversária, que ia anulando as investidas com maior ou menor dificuldade, numa jornada de grande mérito dos arsenalistas.

RTP

«Agora temos que manter a garra, união e dedicação» - Alan

O autor do primeiro golo do Sp. Braga frente ao Celtic, Alan, considera que os minhotos estiveram imparáveis frente aos escoceses, mas deixa o alerta que no Celtic Park vai ser muito mais difícil.

«Fizemos um grande jogo», afirmou o avançado brasileiro, acrescentando que «lá vai ser mais difícil».

«Agora temos que manter essa união e dedicação que temos para chegar lá e fazer um bom resultado», vincou.

Os arsenalistas vão disputar o derradeiro encontro da terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões a 4 de Agosto, no Celtic Park, reduto dos “católicos”.


«Fizemos o jogo que quisemos» - Domingos

Ganhar ao Celtic é bom, mas por 3-0 é óptimo. Domingos Paciência, treinador do Sp. Braga, considera, no entanto, que a eliminatória ainda não está resolvida, embora enalteça a atitude dos seus pupilos na primeira-mão da terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões.

«A equipa conseguiu jogar muito bem na zona e não ir para fora das suas zonas. O Braga fez o jogo que queria, levou o Celtic a fazer este tipo de jogo e acabou por tirar vantagem disso», começou por afirmar o técnico.

Depois, Domingos explicou o segredo para o sucesso dos arsenalistas: «Por vezes as equipas não são aquilo que parecem. Vocês viram hoje aqui um Braga muito em bloco, a dar poucos espaços ao Celtic, sabendo que é uma equipa que joga em profundidade com um jogo muito directo».

«Quando assim é parece que os outros são menos bons, mas não, há que dar o mérito aquilo que os jogadores fizeram À forma como a equipa esteve em campo», louvou Domingos, em alusão à prestação dos seus jogadores.

A passagem à próxima fase ainda não está garantida. Falta jogar no Celtic Park, reduto temível devido ao forte ambiente sentido, e é por isso que o treinador dos minhotos vincou: «Acabou a primeira parte».

«Neste momento estamos em vantagem, mas no futebol quem facilita sofre com isso. Vamos continuar a trabalhar no sentido de passar à eliminatória seguinte. É um bom resultado, mas é preciso saber que há muito fazer», atirou.


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