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"Grande" entrevista de Domingos ao Record
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"Grande" entrevista de Domingos ao Record
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  "Grande" entrevista de Domingos ao Record
« em: 13 de Maio de 2010, 09:40 »
 Domingos Paciência: «Título do Benfica não me convenceu»
FEZ O BALANÇO DE UMA TEMPORADA HISTÓRICA NO MINHO
 
  
"RECORD - Na luta pelo título, com o Benfica, você foi um treinador vencido. Mas ficou convencido?
DOMINGOS PACIÊNCIA - Convencido não. A diferença fez-se por pormenores, por momentos que me convenceram, isso sim, de que podia ter chegado ao final do campeonato ainda mais feliz.

R - Mas diria com todas as letras que foi um campeonato inquinado?
DP - Não vale a pena entrar pela via da polémica nesta fase. As pessoas que acompanharam a Liga sabem que houve equipas que tiveram razão de queixa. Outras não.

R - A pergunta é direta: vai continuar em Braga?
DP - Tenho mais 1 ano de contrato. Depois do trabalho que foi feito, é natural que esteja contente e motivado para continuar. Sou daqueles que acredito que posso fazer sempre mais e melhor. Se houve um trabalho de todos no sentido de conseguirmos uma boa época, isso leva-me a crer que o futuro virá a ser melhor. A minha continuidade não pode, nesta altura, ser posta em causa.

R - Depois do que conseguiu em 2009/10, será possível voltar a superar as expectativas à frente do Sp. Braga em 2010/11?
DP - Na próxima época as pessoas têm de ter a noção de que se trata de outro campeonato. O passado foi bom, o futuro pode ser melhor, mas as pessoas têm de ter consciência de que tudo está a começar e não sabemos como poderá ser o Sp. Braga no ano que virá. Dentro do que perspetivo para a minha equipa, e do que pretende o presidente, tudo iremos fazer no sentido de continuarmos a ganhar.

R - É um desafio ainda mais difícil do que aquele que encontrou quando chegou ao Minho?
DP - É. O desafio é mais difícil porque, se analisarmos o campeonato do Sp. Braga nos últimos anos, foi feito a discutir posições com o Nacional, Marítimo e V. Guimarães. A partir do momento em que começámos a lutar com FC Porto, Benfica ou Sporting, é natural que, se conseguíssemos manter-nos neste patamar, isso seria o ideal. Não há campeonatos iguais, nem sequer jogos iguais. Por isso estamos a procurar cair na realidade e fazer com que as pessoas venham connosco a pensar que é possível igualar os feitos do passado recente.

R - Ainda há um grande, o FC Porto, sem treinador garantido para 2010/11. Até que ponto sente que este seria o momento ideal para abraçar uma realidade ainda mais ambiciosa?
DP - Não estou preocupado com isso. A partir do momento em que assino um contrato por 2 anos, a minha preocupação centra-se exclusivamente em cumpri-lo. Foi assim nos outros lados e vai ser assim no Sp. Braga. Trabalho para cada vez ser melhor e realizar-me cada vez mais, conseguindo sucesso. Agora, quanto a quem precisa de treinador... bem, ainda não fiz um apanhado dos clubes que, nesta altura, na Europa ou mesmo somente em Portugal, precisam de treinador. Portanto, se tenho um contrato, automaticamente tenho trabalho e cabe-me fazer aquilo que as pessoas me pediram.

R - O facto de ser um filho da casa pode pesar, para bem ou mal, agora ou no futuro, numa eventual ligação ao FC Porto enquanto treinador principal?
DP - Quanto a isso, só digo uma coisa que acho muito importante. Ao menos esta época já deixei de sentir, ouvir e ler aquelas críticas recorrentes, vindas de muita gente, de que andava no futebol ao serviço deste ou daquele clube. Isso, para mim, é uma vitória. Sou daqueles que jamais lidero um grupo a pensar que estou a beneficiar outros. O único benefício que procuro vem daqueles homens que vão lá para dentro, são honestos e têm família em casa. Que querem ganhar a toda à força. Eu estarei sempre com eles, independentemente de quem seja o adversário.

R - Era admirador do futebol demolidor, a dado passo, do Benfica, e admite que houve um confronto de estilos no topo da tabela da Liga?
DP - Admito que sim. O Benfica teve um jogador que, só ele, foi o melhor marcador com 20 e tal golos. Isto enquanto o Sp. Braga dividiu os seus golos por diversos elementos. Se calhar a diferença ofensiva entre as duas equipas residiu apenas num jogador, caso contrário tínhamos praticamente os mesmos golos marcados.


«Jorge Jesus realizou um belíssimo trabalho»

R - Considera ter sido o melhor treinador do campeonato?
DP - Não analisaria as coisas dessa forma, porque houve treinadores que tiveram missões, também elas, muito difíceis. Sei que fiz uma boa Liga, com estes jogadores e toda a estrutura, mas há trabalhos que também devem ser valorizados. Inácio, Ulisses, Paulo Sérgio, Lito... foram treinadores que conseguiram os objetivos a que os clubes se propunham. Se calhar, acabo por reconhecer algum mérito no trabalho que realizei porque, ao fim e ao cabo, tive de fazer duas equipas esta época. Um onze com determinados jogadores e, no último terço do campeonato, com outros completamente diferentes devido a castigos, lesões e quebras de rendimento. Acabo por sair satisfeito com aquilo que fiz, mas não ao ponto de dizer que fui o melhor treinador do campeonato. Isso não faço. Também há que dar valor ao Jesus, que foi campeão e fez um belíssimo trabalho à frente de uma equipa que estava afastada do título há alguns anos, voltando a mobilizar os adeptos benfiquistas.

R - Mas admite ter sido o técnico que mais superou as expectativas?
DP - Logo na apresentação, disse que queria fazer mais e melhor. Tendo em conta que no ano anterior tinha ficado em 7.º lugar, e o Sp. Braga em 5.º, senti que podia chegar mais longe. Isso acaba por ser enaltecido, por ter chegado além do que me propus no início de época. Claro que o 2.º lugar não estava naqueles horizontes, mas há uma coisa que deve ser realçada: estive sempre em sintonia com o presidente em relação ao que pretendíamos alcançar. Sempre acreditámos que seria possível fazer uma coisa diferente esta época.

R - Sentiu-se com um pé fora do Sp. Braga naquela fase mais complicada do início da temporada?
DP - Era muito precoce. Depois de ter acontecido a eliminação frente ao Elfsborg, mesmo saindo as notícias dizendo que podia estar de saída, apenas posso referir que o trabalho de um treinador não se vê num mês. Esse tempo, se calhar, foi para ganhar a credibilidade e a confiança dos jogadores. Mesmo assim, ainda nada estava estabilizado. Se analisarem a equipa que defrontou o Elfsborg, e a que foi mais utilizada durante a época, não têm nada a ver uma com a outra...

R - Que relação tem com Jorge Jesus?
DP - Nunca existiu. Agora, faço parte da Associação de Treinadores, por isso procuro estar junto de um grupo de técnicos que querem o melhor para o futebol português. É essa a minha forma de estar. É natural que a gente de sê mais com uns do que com outros. Vemos, por exemplo, o Manuel Machado a tecer determinado tipo de comentários porque algo sucedeu no passado. Há outros que têm razão de queixa...


«Dói na alma ver Moutinho fora do Mundial»

R - A Seleção Nacional continua a ser um Ferrari para o qual é preciso ter unhas?
DP - Esta é a nossa Seleção. Foram estes jogadores que o Carlos Queiroz escolheu e convocou. Evidentemente que temos as nossas escolhas e há gostos, mas dentro daquele leque de 50 poderá ter havido uma ou outra injustiça...

R - Está a pensar em algum nome em concreto?
DP - É como lhe digo, estou plenamente de acordo com a convocatória e, se pudesse alterar alguma coisa, seria sobretudo para chamar o João Moutinho. Trata-se de um jogador que tem ajudado muito o Sporting, levando a sua equipa a não desistir. Dói um bocadinho na alma ver alguém que tem o seu empenho não ser convocado para a Seleção; o Carlos Queiroz deve ter pensado nisso, mas não é fácil ser selecionador numa altura destas. Há uma coisa da qual tenho a certeza: Queiroz quer ganhar e quer, sobretudo, o melhor para Portugal.


«Pilares fundamentais são para manter»

R - Concorda que a boa carreira arsenalista assentou num núcleo duro que será inviável manter tão restrito face ao desgaste da próxima época?
DP - Terá de haver um número maior de jogadores a serem utilizados. Uma equipa que tem a felicidade, e a qualidade, de conseguir começar a Liga sempre a ganhar deixa poucas possibilidades a quem está de fora. Agora houve momentos, noutras competições, em que poderia ter feito outras apostas. Alguns jogadores que faziam parte das segundas opções tiveram um tempo longo de adaptação e isso influenciou as minhas decisões. Precisamos é de contar com um leque de jogadores mais alargado em face dos objetivos que teremos pela frente.

R - Está preparado para perder jogadores como o Eduardo ou o Evaldo?
DP - Bem, já se falou no Eduardo, Evaldo, Rodríguez, Alan... se calhar o Mossoró também estaria na mira do mercado se não fosse a lesão. A política do clube tem sido no sentido de vender jogadores, rentabilizando-os ao máximo. Foi por isso que o João Pereira saiu em janeiro. Temos é de encontrar alternativas de qualidade para fazer face a eventuais saídas. E, como temos trabalhado bem, de um momento para o outro até podemos aproveitar alguns elementos emprestados, como o Pizzi ou o Mendes.

R - Em concreto, pediu muita coisa a António Salvador?
DP - Ainda não pedi... mas vou pedir (risos). Há posições que devemos de melhorar. Temos consciência disso. O presidente já tem conhecimento.

R - Solicitou à SAD que segurasse algum jogador em especial ?
DP - Gostaria que os pilares fundamentais da estrutura da equipa se mantivessem. Pela sua personalidade e pelo espírito guerreiro que existe naquele balneário. Esses, quero mantê-los, porque o meu passado como jogador, e apoiando-me nos exemplos que vivi na carreira, diz-me que determinados elementos são fundamentais numa estrutura pela sua liderança. Não vou mencionar nomes. Temos vários... Eduardo, Evaldo, Moisés, Vandinho, Alan, Mossoró. Se algum tiver de sair, vamos procurar produtos de qualidade que sejam bons e baratos. Há jogadores que, de facto, podem fazer logo a diferença, mas esses são muito caros.


«Rodrigo Possebon foi um engano»

R - Concorda que conseguiu extrair um rendimento superior a jogadores que supostamente estariam em declínio?
DP - Fico feliz de ter recuperado jogadores que em tempos marcaram o futebol português, pela sua qualidade, mas depois enfrentaram problemas físicos, como Hugo Viana, Madrid ou até o Mossoró, que não era um jogador tão utilizado antes de chegar a Braga. São essas as minhas vitórias. Fazer com que os jogadores se sintam bem e saiam valorizados. Sei o quanto isso é importante para o clube e para os atletas.

R - O Adriano foi a exceção?
DP - Admirava o Adriano pelo que fez no Nacional e FC Porto. Quando me falaram nele, aceitei logo porque sou daqueles que acredita ser capaz de recuperar um jogador. Fui sempre honesto e frontal com ele, dizendo-lhe o que tinha de trabalhar para recuperar as suas qualidades. Infelizmente o Adriano esteve 2 anos parado e foi difícil. Agora, tenho de estar grato porque foi um elemento que entrou bem no grupo, no fundo nunca deixou de trabalhar. Ainda pode voltar a ser o antigo Adriano.

R - O que se passou com o Rodrigo Possebon, que chegou com aura de craque?
DP- Foi um engano, se calhar até da minha parte. O que me disseram é que ele seria um 8.O que fui vendo dele é que tinha características para ser um 6. Seria mais uma alternativa para, eventualmente, entrar numa dupla Vandinho/Possebon, ou Madrid/Possebon. Não sendo o jogador que nós procurávamos, as coisas complicaram-se e, no tempo que teve de jogo, não me satisfez.


«Castigos alteraram princípios de jogo»

R - Consegue identificar algum acontecimento determinante na limitação dos horizontes da sua equipa na luta pelo primeiro lugar?
DP- Há um momento decisivo na época: quando estamos para seguir para estágio e comunicam-nos que o Vandinho e o Mossoró estavam castigados. Foi na véspera do jogo com o Rio Ave, para a Taça de Portugal. Essa foi a exibição menos conseguida da nossa parte. A equipa acusou o toque do que aconteceu e, a partir daí, sofreu com a ausência desses jogadores fundamentais. Fomos sempre um conjunto de toque de bola, de uma mobilidade excelente, que começou a perder alguns princípios. Por isso vi-me obrigado a começar a trabalhar de outra forma durante a semana, realizando exercícios adaptados a essa nova forma de atuar. Introduzir um modelo de jogo não é difícil, mas sim treinar especificamente para esse modelo. Os jogadores, felizmente, conseguiram assimilar tudo, o que permitiu acabar a época da forma que sabemos.


«Abrimos uma porta e vamos à luta»

R - Qual é o real significado da pré-eliminatória europeia?
DP- Contrariamente ao que escrevem algumas pessoas em artigos de opinião, que respeito mas aos quais não dou credibilidade porque infelizmente os vários analistas que temos são pessoas de outras áreas e profissões, sem estarem por dentro do que é o futebol, para ganhar e ter sucesso, é preciso abrir portas. Nós abrimos uma porta para podermos entrar na Liga dos Campeões. Agora vamos à luta, procurando estar nas melhores condições para conseguirmos essa entrada. Não será fácil e podemos apanhar equipas com outras ambições e condições. O dinheiro fala muito alto e, quem investe mais, fica mais perto de ganhar. O V. Guimarães foi eliminado pelo Basileia da maneira que se sabe, por exemplo. Mesmo assim, vamos tentar chegar lá na máxima força para concretizarmos o sonho de todos, que é entrar na fase de grupos da Liga dos Campeões.

R - Imagina mesmo o Sp. Braga apurado para a fase de grupos da Liga dos Campeões?
DP - Já estou a sonhar (risos)."

Amo-te enorme S.C.Braga!!!
« Última modificação: 13 de Maio de 2010, 10:28 por Lipeste »
BrunoSCB
  Re:"Grande" entrevista de Domingos ao Record
« Responder #1 em: 13 de Maio de 2010, 11:26 »
GRANDE DOMINGOS PACIENCIA  ;)
Isto sim é um Homem com H grande , em nada se compara ao JJudas !!

Eu tambem já estou a sonhar com a entrada na fase de grupos  ;)
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Ramiro Lopes Juniores
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  Re:"Grande" entrevista de Domingos ao Record
« Responder #2 em: 13 de Maio de 2010, 12:50 »
Boa entrevista, muito boa mesmo! Fazer o mesmo que este ano será complicado, mas acredito que possámos fazer mais uma época memorável.
Futebol em 3D? É no EMB
braguista91
braguista91 Juvenis
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  Re:"Grande" entrevista de Domingos ao Record
« Responder #3 em: 13 de Maio de 2010, 15:19 »
Gostei muito da maneira do DP lidar com todas as perguntas que lhe foram feitas, algumas para o tentar fazer, digamos que enervar, mas ele sempre com a sua grande classe a lidar extremamente bem com as perguntas e a mandar "sempre a bola ao angulo"  ;D ;D ;D

Nalgumas respostas gostei de ver ele a mandar "bocas" a comunicação social, sem dar muito nas vistas, mas sempre a dar aquele toquezinho de "toma la" x)


GRANDE DOMINGOS!!!


com ele, o nosso SALVADOR, e o Freitas para o ano estamos é na final da CL  :P ;D


AMO TE SC BRAGA
disco infiltrator
  Re:"Grande" entrevista de Domingos ao Record
« Responder #4 em: 13 de Maio de 2010, 15:47 »
Cada vez admiro mais o Domingos.

O JJ revelou-se um grande treinador, um excelente treinador. Disso ninguém duvida. No entanto, como pessoa nunca conseguiu a minha simpatia. Mas na época interessava-me mais o bom trabalho que estava a fazer no SCB.

Por outro lado, o Domingos, além de excelente treinador e com uma enorme margem de progressão, é de uma enorme honestidade, simpatia e ao mesmo tempo frontal.

Já o admirava muito como jogador, agora sou fã do treinador. Que fique muitos e muitos anos no SCB.
Hemped
Hemped Juniores
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  • Braga, Braga, Braga...Vamos para a frente!
  Re:"Grande" entrevista de Domingos ao Record
« Responder #5 em: 13 de Maio de 2010, 16:14 »
O V. Guimarães foi eliminado pelo Basileia da maneira que se sabe, por exemplo.
Isto é muito importante: temos de ter consciência que algumas pessoas vão estar do ''outro lado'' quando não o devem.
andre_carneiro
andre_carneiro Equipa Principal
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  Re:"Grande" entrevista de Domingos ao Record
« Responder #6 em: 13 de Maio de 2010, 16:25 »

R - Imagina mesmo o Sp. Braga apurado para a fase de grupos da Liga dos Campeões?
DP - Já estou a sonhar (risos)."


Que derrotistas de ***** estes gajos...

Conseguimos ficar em 2º... mas não conseguimos ir à CL? Tudo que não seja 3 estarolas tem de ser fraco...
A.Castro Equipa Reservas
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  Re:"Grande" entrevista de Domingos ao Record
« Responder #7 em: 13 de Maio de 2010, 17:08 »

Hoje, na RTP N, dos unicos programas desportivos que gosto de ver, o Domingos é o convidado...

AS 22:30 no pontapé de saida..
DIZEM QUE O QUE É BOM ACABA RAPIDO MAS ESTA ERRADO, DURA TO TEMPO SUFICIENTE PAR
 

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