Sem margem para errar
O ABC joga hoje (17h00), em Braga, a segunda mão da pré-eliminatória da Liga dos Campeões. Há uma semana, em Skopje, perdeu (28-30), pelo que agora é o tudo ou nada pela fase de grupos. A equipa pede casa cheia
PAULA CAPELA MARTINS
O ABC regressou de Skopje, capital da Macedónia, com um saldo negativo. Perdeu com o Metalurg, por 28-30, e agora para fazer parte do Grupo D da Liga dos Campeões tem de superar os dois golos de desvantagem. Esta é uma missão para atacar já hoje, no Flávio Sá Leite, em Braga. O encontro referente à segunda mão da pré-eliminatória tem hora marcada para as 17h00 e a equipa há uma semana que espera por casa cheia, com as gentes da cidade a apoiá-la na última etapa antes da fase de grupos.
Jorge Rito confirma que um pavilhão lotado seria uma enorme motivação: "Todos sabemos como os jogadores do ABC gostam de jogar com o apoio do público. Contamos com um pavilhão entusiasmado e disposto a ajudar a equipa a ultrapassar este obstáculo. Chegar à fase de grupos era também muito bom para a cidade".
Se antes da primeira mão os dados recolhidos sobre o adversário não abundavam, na última semana Jorge Rito, mais elucidado, teve tempo para analisar os erros cometidos em Skopje com o objectivo de colmatar as falhas do passado fim-de-semana. A O JOGO, o técnico explicou: "É verdade que, na segunda parte, fomos um pouco prejudicados pelas decisões de arbitragem no capítulo do jogo passivo, mas também é verdade que consentimos muitas situações de contra-ataque e foi dessa forma que sofremos cinquenta por cento dos golos". De forma a corrigir tais falhas, Rito adiantou: "Agora temos de solucionar essa questão e é nessa transição do jogo que temos vindo a trabalhar. Corrigindo esse sector, em Braga, temos de continuar a ser organizados na defesa como fomos em Skopje. Aí eles sentiram dificuldades em nos ultrapassar".
A derrota do passado sábado não foi, contudo, pesada, pelo que para hoje tudo está em aberto. Jorge Rito sabe-o e não esconde o optimismo: "Dois golos em andebol é muito pouco. Temos valor suficiente para nos qualificarmos e isso foi provado em 50 minutos [ndr: na primeira mão o ABC liderou o marcador ao longo de 50 minutos]".
Para trás ficou uma arbitragem húngara que evidenciou um facto: as equipas de Leste praticam um jogo veloz e os árbitros que apitam nesta região têm um outro conceito do jogo passivo. Aqui o ABC sentiu-se prejudicado, porque com vinte e poucos segundos de ataque os húngaros já tinham a mão levantada em sinal de aviso. Sendo esta uma regra de grande subjectividade, não seria de aplicar o método utilizado no basquetebol, em que um ataque é cronometrado em 24 segundos? Jorge Rito foi claro: "Talvez não seja necessário chegar a tanto. Mas é preciso haver indicações objectivas, porque a subjectividade na interpretação é enorme". Hoje, o ABC-Metalurg é arbitrado pela dupla israelita Shlomo Cohen e Yoram Peretz.
IN O JOGO