Pormenor de Mitroglou fez a diferença
Joana Russo Belo
Um lance de inspiração de Mitroglou aniquilou a inspiração dos guerreiros do Minho, naquele que terá sido o melhor SC Braga da era de Jorge Simão. Uma equipa atrevida, agressiva, a jogar olhos nos olhos com tricampeão nacional, mas a desperdiçar em termos de eficácia e a ver a analogia usada pelo técnico bracarense na véspera a ter efeitos práticos... de nada valeram os doze remates dos arsenalistas, perante os quatro das águias...no final, a vitória sorriu ao Benfica. Tal como na história da rapariga do bar...
Apesar da boa exibição, a verdade objectiva é que o SC Braga ainda não venceu na segunda volta, somando o quinto jogo sem os três pontos.
Depois de um minuto de silêncio em memória das vítimas do campeonato angolano, as duas equipas entraram fortes em campo, num início de jogo algo confuso, com forte pressão das duas equipas sobre a bola. Equilíbrio foi a nota dominante, com duas equipas claramente à procura da vitória e encaixadas em processos idênticos - em 4x4x2 - o que resultou num jogo intenso, agressivo, competitivo e intensidade dentro das quatro linhas.
Viu-se um SC Braga diferente do que tem sido habitual, menos recuado, a privilegiar um futebol mais vertical e a aproveitar a velocidade de Pedro Santos na ala esquerda para colocar em sentido a defesa das águias. Aliás, Pedro Santos foi o homem mais rematador dos arsenalistas na primeira parte, com uma mão cheia de remates: primeiro, atirou por cima na sequência do canto; depois atirou a rasar o poste às malhas laterais, na sequência de um cruzamento de Goiano; e, aos 26 minutos, após um mau corte de Nélson Semedo rematou de pé esquerdo, à entrada da área, por cima.
A pressão dos guerreiros manteve-se, com a defesa do Benfica a perder muitas bolas e Rui Fonte dispôs de uma boa oportunidade, mas acabou por fazer um passe a Júlio César. A ocasião mais flagrante foi de Battaglia, a desviar de cabeça, após canto de Pedro Santos, com a bola ao ferro da baliza encarnada.
O melhor momento das águias surgiu numa arrancada de Rafa, com Mitroglou a rematar por cima na cara de Marafona.
No segundo tempo, Jorge Simão teve de lançar Artur Jorge, devido a problemas físicos de Ricardo Ferreira, apostando logo de seguida em Cartabia, para reagir à reacção das águias, que assumiram a iniciativa de jogo no reatamento.
A intensidade foi, de resto, a tónica desta partida, num jogo partido e de toada de ataque/resposta. Já com Rodrigo Pinho no ataque bracarense, o SC Braga esteve perto do golo. Contra ataque perigoso, a bola sobrou para Rodrigo Pinho, que rematou rasteiro para defesa atenta de Júlio César.
Quem não marca, arrisca-se a sofrer e um lance de inspiração de Mitroglou fez o resto. Porme
nor a fazer a diferença, num trabalho notável do grego, que aproveitou uma perda de bola de Assis, fintou Baiano e Pedro Santos, e encontrou espaço dentro da confusão da área para rematar para o golo decisivo.
Jorge Simão: “É com este Braga que vamos sair desta fase muito difícil”
Ainda não foi desta. O SC Braga de Jorge Simão averbou o quinto jogo consecutivo na Liga sem vencer, saindo em branco no duelo com o Benfica, mas com a convicção que a equipa tem condições para “dar a volta” a esta “fase muito difícil”, como salientou o treinador dos minhotos no final do jogo de ontem. “Acho que justificava-se que tivéssemos feito um golo. Este foi o melhor jogo desde que cheguei, mas isso não retira o amargo que foi termos somado zero pontos. Tivemos mais do dobro dos remates, mais do dobro dos cantos, ocasiões claríssimas... a eficácia dita sempre as leis”, lamentou o técnico do SC Braga.
Simão reconheceu o mérito de Mirtogolou no lance decisivo, ao referir-se a um “um jogador talentoso” que “acaba por abater uma exibição personalizada”. Em relação à sua equipa, regista “a demonstração de que é com este SC Braga que vamos sair desta fase muito difícil”, tendo em linha de conta o ciclo de cinco jogos sem vencer para o campeonato.
“A ideia que ficou é que a primeira equipa a marcar um golo iria conseguir segurar a vantagem. A partir daí tivemos mais uma bola num livre lateral do Artur Jorge. Acho que este foi o jogo com o qual me senti mais identificado. Fomos agressivos, pressionantes, acutilantes”, considerou o treinador da equipa bracarense.
Jorge Simão lembrou o facto de jogar “contra o Benfica e um jogo em que temos mais do que o dobro dos remates é demonstrativo da nossa qualidade”, ressalvou.
As atenções estão voltadas por completo para o próximo compromisso, tendo em vista o jogo com o Setúbal, na próxima jornada. Jorge Simão defende que a sua equipa está a evoluir, na sequência de um processo de mudança que implica a aquisição de novos métodos de trabalho. “Com esta demonstração de qualidade a nível comportamental acredito que vamos sair desta situação”, apontou.
Jorge Simão não foge aos problemas e encara o momento “duto”. Na resposta aos jornalistas, salientou que é “muito duro” pelo facto de estar sem ganhar há cinco jogos. “Apesar dos resultados não estarem de acordo com o queríamos, sinto que as ideias estão a ser implementadas e fica a ideia que um processo de mudança é sempre difícil e é natural que ajuda quando os resultados são positivos. Tenho esperança em sair desta situação”, apontou Jorge Simão.
Correio do Minho
Joana Russo Belo
Um lance de inspiração de Mitroglou aniquilou a inspiração dos guerreiros do Minho, naquele que terá sido o melhor SC Braga da era de Jorge Simão. Uma equipa atrevida, agressiva, a jogar olhos nos olhos com tricampeão nacional, mas a desperdiçar em termos de eficácia e a ver a analogia usada pelo técnico bracarense na véspera a ter efeitos práticos... de nada valeram os doze remates dos arsenalistas, perante os quatro das águias...no final, a vitória sorriu ao Benfica. Tal como na história da rapariga do bar...
Apesar da boa exibição, a verdade objectiva é que o SC Braga ainda não venceu na segunda volta, somando o quinto jogo sem os três pontos.
Depois de um minuto de silêncio em memória das vítimas do campeonato angolano, as duas equipas entraram fortes em campo, num início de jogo algo confuso, com forte pressão das duas equipas sobre a bola. Equilíbrio foi a nota dominante, com duas equipas claramente à procura da vitória e encaixadas em processos idênticos - em 4x4x2 - o que resultou num jogo intenso, agressivo, competitivo e intensidade dentro das quatro linhas.
Viu-se um SC Braga diferente do que tem sido habitual, menos recuado, a privilegiar um futebol mais vertical e a aproveitar a velocidade de Pedro Santos na ala esquerda para colocar em sentido a defesa das águias. Aliás, Pedro Santos foi o homem mais rematador dos arsenalistas na primeira parte, com uma mão cheia de remates: primeiro, atirou por cima na sequência do canto; depois atirou a rasar o poste às malhas laterais, na sequência de um cruzamento de Goiano; e, aos 26 minutos, após um mau corte de Nélson Semedo rematou de pé esquerdo, à entrada da área, por cima.
A pressão dos guerreiros manteve-se, com a defesa do Benfica a perder muitas bolas e Rui Fonte dispôs de uma boa oportunidade, mas acabou por fazer um passe a Júlio César. A ocasião mais flagrante foi de Battaglia, a desviar de cabeça, após canto de Pedro Santos, com a bola ao ferro da baliza encarnada.
O melhor momento das águias surgiu numa arrancada de Rafa, com Mitroglou a rematar por cima na cara de Marafona.
No segundo tempo, Jorge Simão teve de lançar Artur Jorge, devido a problemas físicos de Ricardo Ferreira, apostando logo de seguida em Cartabia, para reagir à reacção das águias, que assumiram a iniciativa de jogo no reatamento.
A intensidade foi, de resto, a tónica desta partida, num jogo partido e de toada de ataque/resposta. Já com Rodrigo Pinho no ataque bracarense, o SC Braga esteve perto do golo. Contra ataque perigoso, a bola sobrou para Rodrigo Pinho, que rematou rasteiro para defesa atenta de Júlio César.
Quem não marca, arrisca-se a sofrer e um lance de inspiração de Mitroglou fez o resto. Porme
nor a fazer a diferença, num trabalho notável do grego, que aproveitou uma perda de bola de Assis, fintou Baiano e Pedro Santos, e encontrou espaço dentro da confusão da área para rematar para o golo decisivo.
Jorge Simão: “É com este Braga que vamos sair desta fase muito difícil”
Ainda não foi desta. O SC Braga de Jorge Simão averbou o quinto jogo consecutivo na Liga sem vencer, saindo em branco no duelo com o Benfica, mas com a convicção que a equipa tem condições para “dar a volta” a esta “fase muito difícil”, como salientou o treinador dos minhotos no final do jogo de ontem. “Acho que justificava-se que tivéssemos feito um golo. Este foi o melhor jogo desde que cheguei, mas isso não retira o amargo que foi termos somado zero pontos. Tivemos mais do dobro dos remates, mais do dobro dos cantos, ocasiões claríssimas... a eficácia dita sempre as leis”, lamentou o técnico do SC Braga.
Simão reconheceu o mérito de Mirtogolou no lance decisivo, ao referir-se a um “um jogador talentoso” que “acaba por abater uma exibição personalizada”. Em relação à sua equipa, regista “a demonstração de que é com este SC Braga que vamos sair desta fase muito difícil”, tendo em linha de conta o ciclo de cinco jogos sem vencer para o campeonato.
“A ideia que ficou é que a primeira equipa a marcar um golo iria conseguir segurar a vantagem. A partir daí tivemos mais uma bola num livre lateral do Artur Jorge. Acho que este foi o jogo com o qual me senti mais identificado. Fomos agressivos, pressionantes, acutilantes”, considerou o treinador da equipa bracarense.
Jorge Simão lembrou o facto de jogar “contra o Benfica e um jogo em que temos mais do que o dobro dos remates é demonstrativo da nossa qualidade”, ressalvou.
As atenções estão voltadas por completo para o próximo compromisso, tendo em vista o jogo com o Setúbal, na próxima jornada. Jorge Simão defende que a sua equipa está a evoluir, na sequência de um processo de mudança que implica a aquisição de novos métodos de trabalho. “Com esta demonstração de qualidade a nível comportamental acredito que vamos sair desta situação”, apontou.
Jorge Simão não foge aos problemas e encara o momento “duto”. Na resposta aos jornalistas, salientou que é “muito duro” pelo facto de estar sem ganhar há cinco jogos. “Apesar dos resultados não estarem de acordo com o queríamos, sinto que as ideias estão a ser implementadas e fica a ideia que um processo de mudança é sempre difícil e é natural que ajuda quando os resultados são positivos. Tenho esperança em sair desta situação”, apontou Jorge Simão.
Correio do Minho